Madrid: Dia 1

Sabem aquelas coisas que se falam entre os grupos de amigos de "ah e tal, temos de marcar uma viagem" mas que nunca acontecem? Bem, foi assim que começou tudo isto... Uma conversa entre amigas num grupo de Whatsapp. Contudo, desta vez, decidimos que íamos fazer acontecer. Íamos mesmo viajar. Decidimos começar com um sítio mais perto, no país vizinho, e os preços dos voos fizeram-nos decidir por Madrid. Escolhemos uma data e decidimos aproveitar o fim-de-semana prolongado do 1 de dezembro, comprámos as passagens em abril, pouco depois arranjámos alojamento e depois foi só esperar que o tempo passasse - que foi mesmo mais difícil. 


Agora que a viagem já passou, decidi vir partilhar convosco um bocadinho do nosso roteiro, dos sítios que visitei e algumas dicas relativas aos três dias de viagem - uma espécie de diário de bordo desta viagem. Começo por partilhar a primeira dica para pouparem dinheiro: vejam viagens com antecedência para poderem encontrar os melhores preços. Apesar de ser época de Natal e fim-de-semana prolongado, conseguimos comprar os voos por menos de 70€ ida e volta, o que é um preço bastante acessível. Relativamente ao alojamento, ficámos na Pension Lemus, na Hortaleza, bem perto da estação de metro da Gran Via. Apesar de ser um edifício antigo e sem grandes luxos, conseguimos um quarto com três camas e uma casa de banho privada, com aquecimento e as condições suficientes para aquilo que íamos precisar (visto que só usávamos mesmo para dormir) e o preço foi ótimo sobretudo tendo em conta a localização, por isso só tenho que recomendar. Ainda pudemos deixar as nossas mochilas no último dia, mesmo depois do checkout, mediante o pagamento de 1€ por mochila, mas que foi uma grande ajuda porque se torna super cansativo andar com a mochila de um lado para o outro. Ainda nas recomendações, tenho de falar da famosa mochila da Amazon, viral no TikTok, porque é verdadeiramente incrível e serve mais do que bem para este tipo de viagens mais curtas e em companhias lowcost.



Falando da viagem propriamente dita, como sabem, vivo em Coimbra e, portanto, tivemos de nos deslocar até ao aeroporto de Lisboa, apanhando um Flixbus (cerca de 18€) e depois um táxi (6€ a dividir por três). Como chegámos bastante cedo ao aeroporto, porque o único autocarro que tínhamos era às 00h20 e o nosso voo era só as 7h05, acabámos por ainda tentar dormir um bocadinho no aeroporto até à hora de abertura das portas de embarque. Aqui fica uma dica para quem, como nós, quer viajar em low cost e tentar poupar ao máximo: levámos todas comida de casa para não termos de comprar pequeno-almoço no aeroporto, que fica sempre bastante caro, e comemos antes de entrar no avião. O processo de embarque foi relativamente simples e rápido, apenas tivemos de esperar algum tempo dentro do avião para podermos descolar, visto que tinha havido atrasos por causa do mau tempo do dia anterior, mas tudo correu de forma super tranquila, a viagem durou cerca de 50 min e chegámos a Madrid antes das 10h da manhã. 



Falando de Madrid propriamente dita, aqui fica uma dica valiosa sobre os transportes: há uma estação de metro dentro do aeroporto, na qual existem imensas máquinas onde podem comprar um cartão com viagens que vos permite andar de metro e autocarro com o mesmo cartão - é o Passe Turístico de Transporte (podem ler mais aqui). Têm de comprar o cartão (2,50€) e depois têm várias opções de viagens e escolhem o que mais se ajustar às vossas necessidades. Nós carregámos com 10 viagens e ainda nos sobraram duas. Portanto, pagámos 11,60€ pelo cartão e pelas 10 viagens e foi mais do que suficiente. Recomendo imenso, até porque a rede de transportes públicos de Madrid (quer autocarros, quer metro) funciona super bem!


Então, nós apanhámos um metro e depois um autocarro para irmos do aeroporto até à zona do Banco de Espanha, uma zona chamada Sevilla, de onde depois seguimos a pé para explorarmos a zona. Ficámos logo maravilhadas com o edifício da Hermés, magnificamente decorado com uma gigante árvore de Natal, e depois seguimos até às Puertas del Sol, onde fica a famosa estátua El Oso y El Madroño - que, deixem que vos diga, é uma desilusão porque é muito mais pequena do que parece nas fotografias. Já a praça é enorme, muito gira, rodeada de imensas lojas e restaurantes. Nesta altura do ano, está decorada com uma árvore de Natal gigante que é lindíssima à noite, por isso recomendo imenso que passem pela praça depois de anoitecer. Daí, seguimos até à famosa Gran Vía, uma rua enorme e extremamente movimentada onde estão sempre a acontecer coisas. Enquanto fazíamos tempo para ir almoçar, entrámos nalgumas lojas, nomeadamente na Primark, que tem 4 andares e é uma loucura! Além da Primark, existem muitas outras lojas gigantes, algumas de marcas que também existem no nosso país e outras que não, hotéis, restaurantes e edifícios mesmo muito bonitos. Dá vontade de tirar fotografia a tudo!




Uma vez que nenhuma de nós conhecia, escolhemos o Five Guys para almoçar e o meu conselho é que vão relativamente cedo, porque foi o que nós fizémos e fomos atendidas super rápido. Gostei bastante da comida, a carne era super saborosa e o atendimento foi mesmo muito rápido.


Nós só podíamos ir ao nosso alojamento a partir das 15h e, como ainda tínhamos as nossas mochilas connosco, mantivemo-nos mais ou menos na área da Gran Vía até essa hora. Decidimos subir ao último andar do El Corte Inglés para desfrutar da vista panorâmica sobre a cidade: é uma vista bonita, sem dúvida, mas o espaço não é muito grande, estava muito cheio e o espaço é quase todo envidraçado, então não é propriamente um rooftop e as fotografias acabam por não ficar tão giras por causa dos reflexos. Ainda assim, acho que vale a pena passarem por lá para desfrutarem da vista.




Já depois de nos termos livrado de um peso nos ombros - literalmente -, seguimos com o nosso roteiro e a primeira paragem foi o Museo de Historia de Madrid que tem entrada grátis e que eu gostei bastante. Este museu era um antigo hospício e conta-nos a história da evolução da cidade de Madrid ao longo dos tempos, oferecendo uma visão global do crescimento territorial, da cultura, das artes, da indústria, da vida quotidiana e dos costumes do povo. Aconselho muito a visitarem, porque achei a exposição super gira e interessante e tem o grande bónus de ser gratuito.



Dali, continuámos a caminhar pelas ruas de Madrid, agora por zonas um bocadinho mais tranquilas, até à Plaza Dos de Mayo, cujo nome deriva da data em que os habitantes de Madrid se revoltaram contra as tropas de Napoleão. A estátua no centro da praça é um tributo a dois dos heróis destes acontecimentos. Uma coisa que achámos engraçado foi ver crianças e adolescentes a jogar à bola nesta praça, dando-lhe um ar um bocadinho menos turístico, e um grupo de dois ou três homens que passaram a tocar gaita de foles e outros instrumentos musicais. 



Continuámos então a nossa caminhada - que eu acho mesmo que é a melhor forma de conhecer a cidade, porque vão descobrindo recantos bonitos e ruas mesmo queridas que não vêm propriamente nos roteiros turísticos - e acabámos na Plaza de España, onde nos deparámos com um mercadinho de Natal chamado La Navideña. O mercadinho tinha uma pista de gelo e várias barraquinhas de comida e artesanato, onde acabámos por provar os tão famosos churros com chocolate da Chocolatería San Ginés, que, sim, são muito bons. Tínhamos no nosso roteiro ir mesmo à chocolataria, mas aproveitámos para provar na barraquinha e assim serviu-nos de um belo lanche para aquecer a alma, que o dia estava frio. A praça em si é também muito bonita, rodeada de imponentes edifícios e com uma zona verde, embora com a presença do mercadinho não dê para termos a visão geral da praça, até porque a zona do monumento a Cervantes estava vedada para obras.





Na continuação da praça, chegamos aos Jardins de Sabatini, que se situam em frente à fachada norte do Palácio Real. Chegámos aos jardins pouco antes do pôr do sol, por isso já começavam a ganhar aquela luz de fim-de-dia que, combinada com as cores de outono, ainda os tornou mais bonitos. São um sítio mesmo muito bonito e agradável para um belo passeio, sobretudo quando se começa a vislumbrar a imponente fachada do Palácio Real ao fundo. 




Dos jardins, subimos e seguimos pela Calle de Bailén, onde vimos um carrossel daqueles estilo francês muito fofinho, contornámos o Palácio Real, passámos pela Plaza de Oriente até chegarmos à Plaza de Armería, onde os dois imponentes edíficos do Palácio Real e da Catedral de La Almudena se encontram frente a frente. Chegámos lá na hora do pôr do sol, o que ainda tornou aquele local mais bonito ainda, sobretudo porque estava um talentoso violinista a tocar como fundo e a dar mais magia ao momento. É dos meus sítios e momentos favoritos da viagem, sem dúvida! Não entrámos no Palácio nem na Catedral, com muita pena minha, mas fica reservado para a próxima visita a Madrid (porque, deixem-me que vos diga, agora é que me apercebo o quanto ainda ficou por ver e conhecer, porque a cidade é mesmo muito grande e tem imenso para explorar).





Entretanto, com o cair da noite, as iluminações de Natal começaram a acender-se, dando uma nova magia às ruas. Fomos seguindo caminho calmamente, absorvendo tudo, parando em algumas lojas de souvenirs (porque isso também faz parte e, deixem-me que vos diga, é possível comprar ímans mais baratos do que os que se vendem em Portugal) até chegarmos à famosa Plaza Mayor. A praça é rodeada por imponentes edifícios dos quatro lados, com várias aberturas (nove pórticos) no meio deles que fazem a ligação para diferentes ruas, e no centro encontra-se a estátua equestre de Filipe III. Nesta altura, a praça encontra-se decorada a rigor, com uma grande árvore de Natal e um dos maiores e mais famosos mercados de Natal, com imensas barraquinhas de artesanato e ótimas sugestões de prendas de Natal. Apesar de ser muito giro, acho que o conteúdo do mercadinho acaba por ser bastante repetitivo e, apesar deste ser maior, gostei mais do mercadinho da Plaza de España.



Foi no regresso à Gran Vía, que voltámos a passar pela Puerta Del Sol, desta vez, de noite e nos pudemos maravilhar com a enorme árvore de Natal que é mesmo muito bonita. Apesar de termos voltado a passar por ruas que já tínhamos passado anteriormente, as luzes de Natal trouxeram-lhes um brilho diferente daquele que têm à luz do dia e que nos deixou maravilhadas. Chegadas à Gran Vía, escolhemos o restaurante La Españolita (fica mesmo junto à entrada para a estação de metro) para jantar comida tradicional espanhola e acabámos por provar uma empanadilha de frango, umas croquetas de queijo e bacon (muito boas, by the way) e um bocadillo de calamares, também muito bom. A comida era bastante boa e os preços bastante acessíveis, por isso recomendo.



Uma vez que tínhamos dormido pouquíssimo durante essa noite e andado imenso durante o dia, demos por terminado o dia razoavelmente cedo, até porque, além de estarmos cansadas, estávamos cheias de frio. O meu conselho para quem vai a Madrid nesta altura do ano é que leve roupa quente, bons casacos. várias camadas de roupa e um par de luvas, porque nós apanhámos dias mesmo frios. 


E aqui termino o post relativo ao primeiro dia da minha viagem a Madrid. Gostaram deste pequeno diário de bordo? Em breve, conto-vos o resto!


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