Adaptações cinematográficas: desilusões, meios-termos e surpresas
Eu sou o tipo de pessoa que prefere livros a filmes - sobretudo se estivermos a falar de adaptações cinematográficas. De cada vez que sai uma adaptação de um livro que já li e de que gostei muito, tenho de refrear as minhas expetativas, porque eu sei que a probabilidade de eu sair desiludida é demasiado grande. Já todos os leitores passaram por isso: foram ao cinema, todos entusiasmados, ver aquele filme inspirado num dos seus livros preferidos e passa o filme a apontar defeitos, a criticar cenas que foram alteradas e outras que foram excluídas. Uma grande desilusão.
Admito que nem sempre tem de ser assim. Também já me aconteceu ser agradavelmente surpreendida: não que algum filme consiga alguma vez suplantar o livro no qual se inspirou, na minha opinião, mas há adaptações bastante fiéis e que acabam por ser um bom complemento visual para a história. É óbvio que ficarão sempre a faltar pormenores, mas, para mim, desde que mantenham a linha geral da história sem a adulterarem, já é uma vitória.
Hoje, é disto que vos venho falar: de adaptações cinematográficas de livros que li e que me desiludiram, me surpreenderam (pela positiva) ou que foram apenas ok (nem incríveis, nem péssimas).
- A minha grande primeira desilusão: Paper Towns / Cidades de Papel, adaptado do livro com o mesmo nome do John Green. Um dos meus livros favoritos da adolescência, dos livros que li mais rápido na minha vida toda, e, como tal, estava super ansiosa pelo filme. E foi uma desilusão gigantesca porque falharam coisas super importantes e sinto que o ritmo e a adrenalina do livro se perderam na adaptação.
- Os filmes da série After. Mais uma vez, livros que marcaram a minha adolescência e cujas adaptações foram um absoluto fracasso. Quando chegou ao último filme, eu já só quis ver desligando-me do livro, que era para não prolongar mais a desilusão.
- P.S. - I Love You, adaptado do livro de Cecilia Ahern, foi o primeiro livro "mais de adultos" que li também na adolescência e, na altura, gostei imenso e mexeu muito comigo. Contudo, quando fui ver o filme, fiquei super desiludida porque achei que eles adulteraram imenso a história. Fiquei de tal modo traumatizada que nunca mais vi o filme nem voltei a ler o livro.
- Culpa Minha, o primeiro de três livros da Mercedes Ron, foi adaptado recentemente ao cinema em espanhol e em inglês. Confesso que a versão espanhola foi uma enorme desilusão, porque, uma vez mais, acho que adulteraram imenso as cenas para serem mais cativantes em termos cinematográficas, alterando a história em algumas partes, o que não gostei. A versão em inglês aproxima-se, na minha opinião, um bocadinho mais do livro.
- A adaptação d'A Balada dos Pássaros e das Serpentes é um bom filme, mas acho que não é capaz de passar a mensagem com a mesma força que o livro, fazendo parecer que o jovem Snow é menos maléfico do que realmente é.
- Isto Acaba Aqui é provavelmente o meu livro favorito da Colleen Hoover, marcou-me muito na altura que o li pela primeira vez e por isso tentei não ir com as expetativas demasiado altas para o filme. Sinto que passa a mensagem que é suposto e não adultera demasiado os factos, mas faltou ali qualquer coisa.
- A adaptação dos livros da trilogia A Todos Os Rapazes Que Amei é, na minha opinião, uma boa adaptação e dá vida a uma das minhas personagens masculinas preferidas de sempre - o Peter Kavinsky - mas sinto que, ao longo dos filmes, foi-se afastando mais dos livros e criando mais mudanças ou cortando cenas importantes.
- O filme de Vermelho, Branco e Sangue Azul também fica nesta categoria porque eu acho que conseguiu transmitir a mensagem principal do livro, mas ficaram a faltar algumas personagens que eu considero importantes e não deram o devido relevo a personagens secundárias que têm a sua importância no livro.
- A Rapariga Selvagem é a adaptação cinematográfica de Lá, Onde O Vento Chora da Delia Owens e eu fiquei agradavelmente surpreendida quando vi o filme, porque acho que conseguiram ser fiéis à história original, com atores perfeitos para os papéis e com cenários absolutamente incríveis.
- A Man Called Otto, a adaptação americana do livro Um Homem Chamado Ove, de Fredrik Backman, foi uma excelente surpresa - eu adorei o livro e estava com muito medo de me desiludir, mas acho que os atores fizeram um trabalho incrível ao construir as personagens e as mensagens importantes do livro estavam lá todas.
- Me Before You/Viver Depois de Ti é a adaptação para cinema do livro com o mesmo nome, da Jojo Moyes, e foi um livro que me marcou muito (bem como os dois seguintes), mas o filme não fica nada atrás e conseguiu fazer-me sentir a mesma montanha russa de emoções.
- Os dois primeiros filmes da saga The Hunger Games (Os Jogos da Fome e Em Chamas) são, na minha opinião, adaptações relativamente boas dos livros. Obviamente que falham coisas, mas eu achei que conseguiram transmitir bem a mensagem dos livros e não excluir cenas demasiado importantes. Contudo, nos últimos dois, Mockinkay: parte 1 e parte 2, sinto que isso já não aconteceu.
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