"Amanhecer na Ceifa" | Review

agosto 11, 2025

A trilogia Os Jogos da Fome apaixonou-me, primeiro, pelos filmes. Foi a primeira distopia que vi e fiquei colada - aliás, fui inclusivamente ver o último filme ao cinema. Depois quis ler os livros e, embora normalmente prefira fazê-lo na ordem inversa, até senti que me ajudou a entrar no universo já ter ideia dos cenários e das personagens. Apesar de já conhecer a história e de saber o que ia acontecer, devorei os livros rapidamente e fiquei ainda mais fã da saga (podem ler a minha opinião do 1º livro aqui, 2º livro aqui e 3ºlivro aqui). Depois saiu a prequela sobre o Snow e eu quis ler o livro primeiro para ver o filme depois e, desta vez, confesso que o filme me desiludiu um pouco porque, na minha opinião, não transmite a verdadeira personalidade do Snow e faz parecer que ele é menos vilão do que realmente é (podem ler a minha opinião aqui). E quando anunciaram que iria haver uma prequela sobre o Haymitch, eu fiquei em pulgas: primeiro, porque me permitia voltar àquele universo; e depois porque o Haymitch é uma personagem que me intriga e fascina ao mesmo tempo, por quem nutria um carinho grande, ainda antes de saber a sua história. Por isso, apesar de ter adiado um bocadinho, assim que pude comprei Amanhecer na Ceifa e comecei a lê-lo mal o comprei.



Neste quinto livro, estamos no ano do Segundo Quarteirão, dos Quinquagésimos Jogos da Fome. O medo apodera-se dos distritos de Panem, ainda mais intenso que nos anos anteriores, visto que, naquele ano, todos os distritos devem enviar o dobro dos tributos para os Jogos. No Distrito 12, Haymtich Abernathy tenta não pensar demasiado nas suas probabilidades. Tudo o que lhe interessa é que o dia passe para poder estar com a rapariga que ama.

Contudo, quando o nome de Haymitch é chamado, ele sente que todos os seus sonhos se desvanecem. É afastado da sua família e da sua namorada e enviado para o Capitólio com mais três tributos do Distrito 12: uma amiga, que é quase como a sua irmã mais nova; um rapaz obcecado com jogos de azar; e a rapariga mais convencida da cidade. Quando os Jogos começam, Haymitch percebe que foi preparado para falhar. Mas há algo nele que quer lutar… e fazer com que essa luta ecoe muito para além da arena mortal.

A primeira coisa que me cativou neste livro foi "reencontrar" tantos nomes conhecidos, embora mais jovens e noutra fase de vida. Foi bom conhecer as suas histórias, "reencontrar" as suas versões mais jovens e perceber algumas coisas, levando a que determinados acontecimentos dos livros iniciais da saga façam muito mais sentido. Percebemos que a Revolução começou muito antes da Katniss e que ela foi uma peça essencial de um plano que estava a ser concebido há muitos anos. Gostei mesmo muito disso e fiquei com vontade de voltar a reler os três primeiros livros, porque acho que, depois de ler este livro, vou ter uma perspetiva diferente sobre os acontecimentos.


Conhecer a história do Haymitch fez-me compreendê-lo muito melhor, perceber certas atitudes que, à primeira vista, parecem arrogância e desprezo, mas que, na verdade, são só fruto de muito sofrimento - e isso deixou-me devastada. Ele, sem dúvida, merecia muito melhor. Fiquei extremamente triste ao vê-lo, pouco a pouco, perder o seu brilho - sem nunca perder a sua bondade. E depois percebi que a Katniss e o Peeta foram exatamente o que ele precisava para poder "voltar à vida" de certa forma, embora nunca por completo. 

Esta história ganhou o meu coração e a Suzanne Collins não desiludiu, de todo. Mais uma vez, conseguiu deixar-me a refletir não só sobre o Haymitch e a sua história, mas sobre os paralelismos com o mundo real e as lições que retiramos e podemos aplicar na sociedade dos nossos dias. Porque a verdade é que a ficção é sempre, de certo modo, inspirada na realidade e há coisas nestes livros que, infelizmente, acontecem nos nossos dias (mesmo que de forma diferente).

Recomendo imenso este livro e toda a saga, sobretudo se forem fãs de distopias como eu! Estou muito curiosa para que saia a adaptação cinematográfica, embora tenha muito receio de que fique aquém das expetativas. Acho que há muito potencial para fazer um excelente filme, mas vamos ter de esperar para ver. Quem mais está ansioso?

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