1º Estágio: como foi a experiência?

Hoje, venho falar um pouco convosco sobre como foi a experiência de estagiar - espero que gostem!

Sei que não funciona da mesma forma em todos os cursos e que depende da faculdade, mas no meu curso e na minha escola, nós temos 5 unidades curriculares de educação clínica (estágio). A primeira é de estágio observacional, no segundo semestre do segundo ano, e, infelizmente, a minha experiência foi muito reduzida, porque foram apenas duas manhãs em dois locais de estágio diferentes, mas de funcionamento muito semelhante. Portanto, se, em teoria, esse primeiro estágio serve para nos dar uma noção da realidade e nos dar um primeiro contacto, isso não foi muito verdade para mim, porque foi uma experiência muito curta e nem pudemos fazer absolutamente nada por causa da pandemia.

Assim sendo, este meu segundo estágio foi, na verdade, o meu primeiro estágio a sério, um contacto real e próximo das pessoas e da prática real de Fisioterapia. Para vos contextualizar, mas sem querer dar muita seca, este é um estágio de promoção da saúde, uma área muito importante da Fisioterapia (mas não tão conhecida) cujo objetivo assenta, acima de tudo, na prevenção e na educação. O meu estágio foi feito em contexto de centro de saúde - sim, há fisioterapeutas nos centros de saúde, embora com um trabalho diferente daquele que é executado num ginásio, numa clínica ou num hospital - e, resumidamente, nós visitávamos utentes em contexto domiciliário para avaliarmos se tinham critérios para ser encaminhados para uma unidade de cuidados continuados, para ensinarmos a família a lidar com a incapacidade dos utentes ou, em alguns casos, para fazer apenas manutenção em doentes acamados que não vão deixar de o ser. É um tipo de trabalho diferente daquele que estamos habituados a associar aos Fisioterapeutas, diferente daquele que nos é ensinado na escola (pelo menos, no meu curso, na minha faculdade, nunca nos foi abordado quase nada sobre este tipo de trabalho, de forma direta), mas, na minha opinião, de extrema importância.

Explicações à parte e passando àquilo que é o meu balanço, eu começo por dizer que gostei muito desta experiência. Eu comecei bastante receosa porque este era o meu primeiro contacto com a prática, porque não sabia bem o que esperar e porque tinha muito medo que o estágio fosse interrompido ou condicionado pela situação que vivemos. Contudo, com o passar dos dias, fui-me sentindo cada vez mais à vontade, fui absorvendo cada vez mais tudo aquilo que ia aprendendo e testemunhando e fui aprendendo mais e mais - isto muito graças ao facto de ter tido uma monitora que, desde logo, nos deixou mega à vontade e se mostrou super acessível a esclarecer todas as nossas dúvidas. 

Sinto que este estágio me ajudou a crescer: enquanto futura fisioterapeuta e enquanto pessoa, porque lidar com outras pessoas exige de nós empatia, tolerância, capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, de interagirmos com o outro... Lidar com seres humanos nunca é fácil, muito menos quando falamos de pessoas que estão fragilizadas, e acho que este estágio me ensinou muito sobre isso. A comunicação e a interação são duas ferramentas essenciais num processo de tratamento, seja ele de que tipo for, assim como a empatia que, na minha opinião, é um requisito obrigatório em qualquer profissional de saúde.

No fim, saí com alguma vontade de ficar, porque acabamos por nos afeiçoar a algumas pessoas, acabamos por gostar da rotina e fico muito feliz por ter tido esta oportunidade. Sou uma sortuda por ter ficado neste local de estágio, por ter tido esta experiência, me ter cruzado com estas pessoas e ter aprendido tanto!

[Fiz um pequeno Reels para o Instagram sobre 3 coisas que aprendi com o estágio, podem vê-lo aqui.]