Coisas que me fazem feliz: Escutismo


Como vos expliquei no primeiro post deste blogue, este é um sítio onde quero partilhar convosco algumas das coisas que me fazem feliz, que me fazem parar e apreciar aquilo que de melhor o mundo tem para me oferecer. Assim, o post de hoje é inteiramente dedicado a uma coisa que me faz muito feliz: o Escutismo.


Para os que ainda não me conhecem muito bem, eu sou escuteira desde os 15 anos. Talvez não seja uma idade muito comum para entrar, visto que a maioria das pessoas inicia a sua caminhada escutista mais cedo, normalmente desde os Lobitos (6-10 anos), mas foi a idade na qual se deu o click dentro de mim e eu resolvi sair da minha zona de conforto. Nunca fui uma pessoa propriamente extrovertida ao primeiro contacto, era um pouco tímida e isso também era uma das razões que me fazia não querer ir para os escuteiros. Além disso, acampar era uma coisa que não me fascinava propriamente e eu achava que não me ia adaptar, que não ia gostar. Até que passei por uma experiência semelhante aos escuteiros, acampei pela primeira vez e decidi que estava na altura de ir, pelo menos, experimentar.

Já lá vão quase cinco anos e hoje eu sinto-me muito feliz por ter decidido sair da minha zona de conforto e entrar na aventura que é o Escutismo. Acho que não dá para explicar a quem nunca viveu, mas quando estou nos escuteiros é como se entrasse para um mundo à parte, em que deixo de pensar em tudo o resto e de me preocupar com tudo o que possa estar a acontecer na minha vida. Eu entro numa bolha em que a realidade extra-escuteiros deixa de existir. Tento ao máximo desligar-me das redes sociais e da internet e aproveitar aquilo que a experiência que estou a viver tem para me dar.

Para a maioria das pessoas, acampar é, por exemplo, sinónimo de uma noite mal dormida, de desconforto. Para mim, acampar é sinónimo de paz. Adoro dormir numa tenda, a ouvir os sons da natureza (e não só) até adormecer, acordar com o sol a iluminar a tenda ou com o barulho da chuva. É claro que às vezes dá umas dorzinhas nas costas ou nas ancas, mas o que é isso comparado com tudo o resto que podemos receber? 



Foram os escuteiros que já me proporcionaram algumas das melhores experiências que já vivi. A primeira vez que vi uma estrela cadente foi no meu primeiro acampamento. Conheci pessoas e fiz amizades que nunca teria se não fossem os escuteiros. Cantei à volta da fogueira. Dormi à beira de um rio e acordei com um nascer do sol lindíssimo. Andei de canoa. Conheci sítios lindos que não conheceria, provavelmente, de outra maneira. Desafiei-me. Diverti-me. Ri muito. Aprendi coisas sobre mim e sobre os outros. Fiz serviço a limpar praias e a plantar árvores. Já fiz tantas coisas que a maioria das pessoas da minha idade, que não são escuteiras, nunca tiveram a oportunidade de fazer e ainda tenho tanto para experimentar... 



Gosto de ser escuteira - mais do que alguma vez achei que ia gostar - e sinto que tenho realmente aprendido muito sobre mim e sobre os outros. Quero continuar a fazê-lo. Quero continuar a poder ter fins de semana em que, simplesmente, me posso desligar do mundo e conectar-me à natureza e às pessoas, sem ter um telemóvel à frente. Quero continuar a dormir numa tenda depois de um dia de atividades que me deixou exausta. Quero continuar a conhecer sítios e pessoas novas, fazer coisas que nunca antes fiz e repetir outras que já fiz. 

Como disse no início deste post, é difícil explicar o Escutismo e o que ele nos faz sentir a quem nunca o viveu. Contudo, hoje partilho um pouco daquilo que o Escutismo é para mim, porque é, sem dúvida, sendo escuteira que eu descubro as coisas melhores que o mundo tem para me oferecer!


«Procurai deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrastes e quando vos chegar a vez de morrer, podeis morrer felizes sentindo que ao menos não desperdiçastes o tempo e fizestes todo o possível por praticar o bem.» (Robert Baden-Powell)



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