"Taming 7" | Review
Binding 13 e Keeping 13 - review aqui | Saving 6 e Redeeming 6 - review aqui
Há livros que nos conquistam de uma maneira difícil de explicar. Puxam-nos para o seu universo e aprisionam-nos nele de tal maneira que, a certa altura, quase confundimos ficção e realidade. A saga Boys of Tommen tem sido assim para mim. Desde o primeiro livro, fiquei tão apaixonada e envolvida pela história e pelas personagens, que se torna difícil para mim abandoná-las ou não sofrer com elas. São livros que tocam em temas muito duros e sensíveis, com adolescentes a viverem situações muito complexas e isso faz-me pensar muito sobre como seria se algo assim acontecesse comigo. E, embora o tempo presente na história seja o ano de 2005, são temas extremamente atuais e histórias que podiam acontecer nos nossos dias de hoje.
Taming 7 centra-se em Gerard Gibson, ou Gibsie para os amigos, uma personagem irreverente que já vamos conhecendo nos livros anteriores. Sendo conhecido pelo seu sentido de humor, o que diz e o que faz são fontes inesgotáveis de gargalhadas e junto dele ninguém está triste. Mas o que ninguém imagina é o mundo de lembranças dolorosas que Gibsie escolhe esconder atrás do seu sorriso. Há só uma pessoa que o conhece tão bem a ponto de perceber que carrega uma grande dor dentro de si - a sua Claire-Bear. Claire é irmã de um dos melhores amigos de Gibsie e são vizinhos desde sempre. Ela vê nele aquilo que todos ignoram: um rapaz perdido no mundo, à procura do seu lugar, enquanto tenta lutar com os demónios que vivem dentro de si. E é por isso que está tão decidida a domar o coração selvagem e partido do seu melhor amigo. Contudo, os limites entre a amizade e algo mais estão cada vez mais ténues e o que sobra é um jogo de tudo ou nada: podem elevar a sua amizade a um nível mais intenso e profundo ou podem deitar tudo a perder.
Eu soube que este livro que me ia fazer sofrer logo no prólogo, que decorre alguns anos antes do tempo presente, num episódio que marcou a vida do Gibsie para sempre. A partir daí, foi ter sempre a sensação de que ainda não sabia toda a verdade e que uma bomba rebentaria a qualquer momento - rebentou quando eu menos esperava e foi algo que nunca me tinha passado pela cabeça. Foi mesmo um murro no estômago, daqueles que nos fazem parar de ler, respirar fundo e processar o que acabámos de ler.
À parte disso, eu acho que este livro é, acima de tudo, sobre amizade e sobre todas as pessoas que realmente gostam do Gibsie e estão dispostas a ajudá-lo a ser feliz. Por um lado, temos a Claire - além da melhor amiga de Gibsie, é o seu grande amor (aliás, são o grande amor um do outro) e é por ela que ele tenta ser a sua melhor versão. Apesar de usar constantemente uma máscara brincalhona e de engatatão como escudo para se proteger, a verdade é que ela esconde um coração puro, magoado, que realmente adora a Claire e só quer que ela seja feliz. Por outro lado, temos o Johnny - o melhor amigo de Gibsie, mais como um irmão, com quem passa metade do tempo a discutir (de forma saudável) e outra metade do tempo a protegerem-se mutuamente. E depois temos as pessoas que "chegaram mais tarde" ao grupo de amigos, mas que gostam e protegem o Gibsie como se o conhecessem desde sempre - e aí incluem-se a Shannon (que nunca se tendo sentido confortável perto de outros rapazes, diz que se sente sempre segura com o Gibsie e que sabe que pode sempre contar com ele para a proteger e fazê-la rir) e o Joey (que, não demonstrando da forma mais tradicional, sente que tem uma dívida de gratidão para com o Gibsie e está sempre disposto a ajudá-lo como puder). Há momentos mesmo engraçados com o caótico grupo de amigos, momentos mais tensos (que normalmente incluem a Lizzie, por quem tenho um ódio de estimação) e alguns momentos dolorosos, mas bonitos, onde percebemos que os amigos gostam do Gibsie pelo que ele é e nada poderá mudar isso.
Os últimos capítulos deste livro partiram-me o coração e deixaram-me com algum medo do que os próximos livros poderão trazer, mas com muita vontade de os ler. Este livro só não assumiu o lugar de favorito (que pertence a Redeeming 6) porque acho que houve alguns momentos em que a autora "enrolou" um bocadinho a história e que não nos estava a dar nada de muito novo. Tirando isso, foi perfeito!
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