"Saving 6" e "Redeeming 6" | Review Dupla
Depois de, por "culpa" de uma das minhas melhores amigas, ter lido (e amado) Binding 13 e Keeping 13 (podem ler a minha opinião completa aqui), os dois primeiros livros da série Boys of Tommen, da autora Chloe Walsh, eu não consegui não continuar. Precisava de ler mais e de conhecer melhor as outras personagens, de perceber muitas coisas que não ficam explicadas nos dois primeiros livros e, honestamente, de ser masoquista e sofrer mais um bocadinho (sim, malta, fica o disclaimer: se são muito sensíveis a violência e esse tipo de coisas, não leiam estes livros, porque vão sofrer muito).
Em Saving 6 voltamos atrás no tempo para conhecer um pouco melhor Joey Lynch, o irmão mais velho de Shannon. Joey sempre foi um protetor: ele reconstrói o que está destruído. Depois de Darren, o mais velho dos irmãos Lynch, deixar a cidade, Joey vê-se obrigado a tomar conta da mãe e dos irmãos mais novos, tendo apenas doze anos. Mas a chegada à adolescência intensifica as suas lutas e um vício ameaça destrui-lo por completo. Apesar de se manter sempre leal à sua família, só há uma pessoa capaz de o impedir de se afundar: a intransigente filha do patrão. Joey não quer envolver-se com ela, mas a verdade é que não é capaz de se manter longe dela.
Aiofe Molloy é uma adolescente muito segura de si. No seu primeiro dia na escola secundária, conhece um rapaz de cabeça quente que desperta em si uma nova e ardente curiosidade - rapaz esse que, por acaso, trabalha para o seu pai. O destino parece querer juntá-los e é-lhes difícil manterem-se afastados, mas será isso suficientemente forte para resistir aos desafios que a vida lhes reserva?
A primeira coisa que este livro me fez sentir foi como é ainda mais devastador conhecer a história da família Lynch pela perspetiva do Joey: vemos como um miúdo tão novo tem perfeita consciência de tudo o que acontecia de errado na sua família desde que era muito pequeno e como tem a noção de responsabilidade pelos seus irmãos mais novos, ao perceber que é a única pessoa que eles têm para os proteger (depois do Darren ir embora). Voltei a sentir imensa revolta com o Darren e a Mary Lynch: com o primeiro, porque, apesar de ter feito o que precisava, não pensou nos irmãos e, com a segunda, porque também ela é agressora, em termos psicológicos, e cúmplice de tudo o que pai lhes fez.
Apesar de ter gostado de conhecer uma outra perspetiva da história e de adorar as interações do Joey com a Aiofe, confesso que achei este livro demasiado longo, com um slow burn gigante (bem pior que Binding 13) e, por vezes, havia cenas que podiam ter sido cortadas e que eram desnecessárias. Contudo, acho que se tivesse lido Saving 6 antes de Binding 13, poderia ter gostado um bocadinho mais, porque talvez não tivesse achado tão "seca" em algumas partes. Sinto que houve cenas muito repetitivas, como se estivéssemos a andar sempre em círculos - o que eu percebo que faz sentido dada a história, mas me irritou em alguns momentos. Contudo, também houve coisas que eu adorei: a relação do Joey com o pai da Aiofe, a forma como a Aiofe protege a Shannon (e os outros irmãos) e eu gostei muito da forma como é retratado o vício do Joey e o impacto que tem nele e nas pessoas à volta. É duro de ler, por vezes, mas acho que a mensagem que passa é muito importante.
Redeeming 6 leva-nos a conhecer o outro lado de alguns acontecimentos que já vimos em Binding/Keeping 13. Enquanto o mundo se desmorona à sua volta, a vida de Joey Lynch está mais turbulenta do que nunca. Desesperado na tentativa de ser digno da única pessoa em quem confia, Joey esforça-se por se afastar de um ambiente que ameaça destruí-lo. Mas com tanta coisa contra dele, será ele capaz de se manter à tona?
Sem qualquer intenção de abandonar o rapaz que ama, Aiofe Molloy luta para o salvar da autodestruição. Afogada num mundo que não compreende, guiando-se unicamente pelo seu instinto e pelo seu coração, Aiofe recusa-se a virar as costas a Joey, mesmo quando parece estar tudo perdido. Apesar do sofrimento e dos receios, Aiofe e Joey nunca deixaram de se apoiar e, desta vez, vão tentar que não seja diferente.
Gostei imenso de perceber a forma como as personagens estão muito mais interligadas do que parecia em Binding/Keeping 13 e adorei ler algumas cenas da perspetiva do Joey - a forma como ele, embora não o demonstre, percebe logo que o Johnny ama a Shannon e vai sempre protegê-la; a relação de amizade com o Gibsie, que ambos negam a todo o custo; e perceber a quantidade enorme de coisas que aconteceram sem que a Shannon tivesse qualquer noção da real dimensão dos problemas, muitas vezes. Passei a gostar ainda mais dos pais da Aiofe e dos pais do Johnny neste livro, porque foram capazes de mostrar ao Joey o que é realmente uma família e o que é o amor verdadeiro dos pais para com os filhos, uma realidade que lhe era totalmente desconhecida.
Contudo... Este livro destruiu-me emocionalmente. Eu sofri muito pelo Joey e pela Aiofe, senti-me revoltada com o mundo deles - mesmo sabendo qual o desfecho, em parte. Vemos um Joey muito mais vulnerável, à beira da autodestruição, e uma Aiofe disposta a perder-se a si mesma para que o rapaz que ama não se perca. Houve cenas que mexeram muito comigo, me fizeram sentir raiva, nojo, tristeza, impotência... E foi isso, em parte, que fez deste livro o meu favorito da saga até agora. O final, para mim, foi a cereja no topo do bolo e não podia não lhe dar cinco estrelas.
O livro seguinte da saga vai-me dar a conhecer a história do Gibsie e eu acho que estou tão entusiasmada como assustada... Depois conto-vos o que achei!
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