"A Seleção" | Review

A Seleção, de Kiera Cass, é o primeiro de cinco livros passados no reino de Illéa. Para 35 raparigas, a Seleção é a oportunidade de uma vida - a possibilidade de escaparem de um destino que está traçado desde o dia em que nasceram, de se perderem num mundo de vestidos cintilantes e joias de valor incalculável e de viverem num palácio, enquanto competem pelo coração do belo Príncipe Maxon. Contudo, para America Singer, ser selecionada é um pesadelo. Implica virar as costas ao seu amor secreto por Aspen, deixar a sua família para entrar numa competição feroz por uma coroa que não deseja e viver num palácio constantemente ameaçado pelos ataques violentos dos rebeldes. Contudo, quando America conhece o Príncipe Maxon começa a questionar todos os planos que definiu para si mesma e percebe que a vida com que sempre sonhou pode não ter comparação com o futuro que nunca imaginou.

Há bastante tempo que este livro (e esta saga) são falados nas redes sociais, mas confesso que nunca me senti muito tentada a lê-lo. Contudo, este primeiro livro foi-me oferecido pela minha irmã e, por isso, não perdi oportunidade de o começar logo a ler. A história é leve e cativante, lê-se bastante rápido e é uma daquelas histórias que não nos obriga a pensar muito - o que eu acho que é ótimo para determinados momentos da nossa vida em que só precisamos de ler algo que nos distraia. Acho, contudo, que teria gostado ainda mais se fosse mais nova, sobretudo porque os livros são, de facto, direcionados a um público mais novo do que eu. Ainda assim, o feedback deste primeiro livro é positivo e quero, obviamente, ler o resto dos livros para saber como tudo se vai desenvolver - porque a história está escrita de forma cativante, para se torne difícil parar.

Uma das coisas que eu menos gostei foi o facto de não existir contexto inicial para a história de Illéa e para o funcionamento da sociedade. Sendo um cenário, de certa forma, distópico, acho que é importante haver algum contexto inicial, mesmo que não explique a história toda (porque, mais à frente, vão sendo explicadas algumas coisas), para ser mais fácil entrarmos no universo e percebermos melhor as coisas que são ditas e que vão acontecendo. Acho que isso fez com que eu tivesse sentido que me "custou" ler a parte inicial do livro e só tenha começado a entrar no ritmo a partir de metade do livro, mais ou menos, quando comecei a perceber melhor todo o contexto.

Tirando isso, acho que o enredo está construído de forma a ser bastante fácil de ler e cativante, queremos sempre saber o que vai acontecer a seguir, conseguimos criar empatia com as personagens principais e detestar aquelas que é suposto detestarmos. Esta é uma daquelas sagas em que não ficamos satisfeitos, de todo, por ler só o primeiro livro e vamos querer ler os outos todos, logo de seguida, para satisfazer a nossa curiosidade e descobrir como tudo se vai resolver - e eu acho que isso é algo bastante positivo. 

De uma forma geral, é um livro que se lê bastante bem, mas recomendo-o para um público mais jovem, ainda ali na faixa da adolescência (15-16 anos), porque acho que está mais direcionado para essa faixa etária. No entanto, se são fãs de romances e querem um livro que vos entretenha, parece-me uma boa opção.