"Quebrar o Gelo - Icebreaker" | Review

maio 06, 2024

"Uma patinadora artística ultracompetitiva tem de dividir o rinque com o capitão «quebra-corações» da equipa de hóquei? O gelo não vai quebrar entre estes dois, vai derreter!" É este o mote de Quebrar o Gelo - Icebreaker, de Hannah Grace. De um lado, temos Anastasia, uma patinadora ambiciosa que treina diariamente para poder representar os Estados Unidos nos Jogos Olímpicos. Do outro lado, temos Nathan, capitão da equipa de hóquei de Maple Hills, os Titans, que nunca enfrentou um problema que não conseguisse resolver - e que não tivesse de ser ele a resolver. 

Os problemas para estes dois começam quando, por causa de um mal-entendido, se veem obrigados a partilhar o rinque de patinagem da Universidade. E o que, inicialmente, parecia um grande aborrecimento para os dois, rapidamente se torna em algo divertido e as coisas entre eles começam a aquecer... Nate acaba mesmo por trocar o stick de hóquei por collants para poder ajudar Stassie a treinar, mas as coisas entre eles não ficam por aí, de todo. Nate vê-se completamente apaixonado por Stassie, pronto para fazer tudo o que estiver ao seu alcance para a proteger e vê-la feliz, enquanto Stassie se vai apaixonando por aquele rapaz enorme com um coração de ouro que a ajuda a levar a vida com um pouco mais de leveza.

Este livro tem um trope de enemies to lovers bem clichê, mas muito fofinho. No meio da leveza de um romance young-adult, a autora conseguiu falar de alguns temas um bocadinho mais sérios - nomeadamente, a forma aberta como fala sobre terapia e sobre a sua importância ou sobre os problemas de Stassie com a comida - e isso foi algo que eu gostei bastante. Também adorei o facto de a autora ter deixado uma playlist no início do livro, acho que é um detalhe muito giro.


A escrita é leve e fofinha, com algumas cenas mais spicy pelo meio. Contudo, pelo menos, na tradução do livro para português, senti que essas cenas acabam por ter uma linguagem um bocadinho "ordinária", que torna a leitura um bocadinho cringe. Na minha opinião, a tradução podia ter sido feita de forma um bocadinho mais subtil e menos "comum", sem que isso tirasse o lado spicy (que existe no livro original, mas que parece um bocadinho menos constrangedor de ler em inglês). Senti que isso tirou alguma da qualidade do livro, para mim, e fez com que não gostasse tanto - mas, hey, isto é só a minha opinião, talvez seja demasiado púdica, ahaha!

Apesar disto, a autora conseguiu fazer-me apaixonar pelas personagens, não só pelas principais, mas também pelas personagens secundárias que são mais constantes no livro. Adorei o Ryan e o Henry (que não tem filtros e que é mesmo fofo), ri-me imenso com o JJ e o Robbie e fiquei extremamente curiosa para saber um bocadinho mais sobre o Russ. Por outro lado, a autora conseguiu fazer-me odiar o Aaron desde a sua primeira aparição, o que eu considero como um elogio à sua escrita, porque ela conseguiu fazer transparecer completamente o seu caráter através da sua forma de ser e estar.


O Nathan conquistou completamente o meu coração com a sua forma de ser bastante protetora e cuidadosa, não só em relação à Stassie mas também aos seus amigos mais próximos, bem como a sua vontade de fazer sempre o melhor pelas pessoas de quem gosta, mesmo que isso possa prejudicá-lo. Ele vai demonstrando ser uma pessoa mesmo incrível e super querido com a Stassie, mesmo nos momentos mais difíceis. Por sua vez, gostei muito de ver a forma como a Stassie evolui ao longo dos capítulos na sua forma de ver a sua vida, nomeadamente em relação à patinagem e à comida, e na sua forma de lidar com a sua família e com o Aaron. A sua personalidade forte e atrevida é bastante engraçada e faz com que, apesar de improvável, a sua relação com o Nathan acabe por ser tão bonita.

Este é um livro ótimo para quando só queremos uma coisa leve e romântica, que nos faz sorrir e sonhar. Gostei bastante e estou muito curiosa para ler o Wildfire e o Daydream (que sai este ano).


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