"Vermelho, Branco e Sangue Azul" | Review

abril 08, 2024

"O que pode acontecer quando o filho da presidente dos Estados Unidos da América se apaixona pelo príncipe de Inglaterra? Estarão Alex e Henry preparados para enfrentar o impacto que a sua relação pode ter no cenário mundial? Poderá o verdadeiro amor mudar as regras do jogo?" - estas são as perguntas que, para mim, melhor descrevem o livro Vermelho, Branco e Sangue Azul, de Casey McQuiston. O simples ato de duas pessoas se apaixonarem pode ser, na verdade, muito complexo quando essas duas pessoas pertencem a duas das famílias mais poderosas e influentes politicamente a nível mundial. 

Alex Claremont-Diaz é filho da presidente dos EUA e um favorito dos órgãos comunicação social. Bonito, carismático e com uma personalidade forte, tem tudo para seguir os passos dos pais e ter uma carreira política extraordinária, como deseja. Contudo, quando a sua família é convidada para o casamento real de Philip, príncipe de Inglaterra, Alex tem o seu primeiro desafio diplomático: lidar com Henry, irmão mais novo de Philip e o príncipe mais adorado do mundo, com quem Alex é constantemente comparado - e que ele não suporta. Só que o encontro entre Alex e Henry corre ainda pior do que o previsto e todos os jornais do mundo publicam imagens que passam a ideia de uma briga entre eles. Para evitar um desastre diplomático, Alex e Henry passam um fim-de-semana juntos durante o qual fingem ser, na verdade, os melhores amigos, só que o que começou por ser uma obrigação rapidamente se torna em algo muito maior e os dois acabam por se apaixonar - o que tem tudo para dar errado, porque tornar uma relação entre os dois pública é praticamente impossível... 



Este é um livro que toca na maioria dos grandes temas da atualidade de uma forma leve e com um lado até divertido, sem nunca deixar de dar a devida importância aos assuntos mais sérios. A autora fala sobre sexualidade, sobre como nem sempre é linear para a própria pessoa perceber a sua orientação sexual, sobre como é difícil querer sempre corresponder às expetativas dos outros e não desiludir a nossa família, assim como o impacto que isso pode ter na saúde mental... Acaba por abarcar temas bastante atuais e importantes nos tempos que correm, fazendo-nos refletir sobre eles, mesmo que não nos identifiquemos a cem por cento com todos os dilemas das personagens. 

Acho que este é um livro sobre duas pessoas que se descobrem a elas próprias enquanto descobrem a pessoa por quem estão apaixonados e como pode ser bom amar alguém que nos compreende, mesmo no meio de todas as adversidades que surgem pelo caminho.

Como já disse, a autora consegue tratar todos estes temas sérios de uma forma leve e com algum humor, sem nunca os ridicularizar, através de uma escrita super fluída e simples, mas cativante. Apesar de não ser a maior fã de livros escritos na terceira pessoa, neste caso, isso não me fez assim tanta confusão e acabei por me habituar, exatamente pela escrita ser tão fluída e pela história ser tão cativante. 


Fiquei agarrada ao livro desde a primeira página e fui sendo cada vez mais conquistada pelas personagens, que se foram mostrando mais e mais ao longo do livro, há medida que elas próprias se iam percebendo melhor a si mesmas e uma à outra. Fui-me apaixonando pelo lado divertido e desbocado do Alex, mas também pela serenidade e bom coração de Henry, assim como pela forma bonita como os dois se completam e conseguem ser a melhor versão de si mesmos quando estão juntos. Acho que é uma história de amor mesmo bonita - obviamente um bocadinho irreal, diria eu, e com um quê de cliché, mas muito bonita. Além da história de amor, que é obviamente o foco, bem como todos os obstáculos que existem, adorei ver a cumplicidade entre o grupo de amigos que se forma e também a dinâmica familiar do Alex, a forma como são super unidos e a forma como as pessoas que trabalham com Alex são também, de certo modo, parte dessa família.

Senti-me mega entusiasmada durante todo o livro (a começar pelo momento em que o comprei porque me apaixonei logo pela capa), a viver cada um dos acontecimentos, a vibrar com tudo, a sentir alegria, tristeza, raiva e ansiedade quando as personagens também vivenciavam esses sentimentos e sempre a torcer para que o Alex e o Henry tivessem a sua hipótese de ser felizes. Por isso mesmo, por este livro me ter prendido e apaixonado do início ao fim, decidi que esta minha primeira leitura de 2024 merecia 5 estrelas. Adorei e recomendo mesmo para quem gosta de livros YA, de romance com um bocadinho de cliché, mas, ao mesmo tempo, com uma premissa que foge um bocadinho ao comum.


Sobre a adaptação para filme pela Prime Video...

A ideia geral do livro está lá e as cenas mais icónicas também, por isso acho que é um bom filme, mas faltaram algumas personagens importantes, faltou dar mais relevo a algumas personagens que são super importantes no livro e faltaram algumas cenas que mostram como a relação de Alex e Henry é verdadeiramente especial. Por isso, se por acaso já viram o filme e gostaram, têm mesmo de ler o livro!

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