Do TAGV ao Altice Arena | Os Quatro e Meia

Sempre fui muito mais o tipo de pessoa que prefere ficar em casa do que aquela que está sempre a fazer planos e a sair, porque essa é a minha zona de conforto. Mas a entrada nos vintes começou-me a fazer refletir sobre o facto de esta ser a melhor altura para eu aproveitar ao máximo a minha juventude e eu tenho tentado mudar o meu mindset nesse sentido. Tenho tentado sair mais, dizer mais vezes que sim aos planos e convites, arriscar e viver experiências fora da minha zona de conforto... Acima de tudo, quero viver experiências que me vão dar memórias maravilhosas para recordar no futuro. 


No meio desta minha jornada de aproveitar melhor a vida, tenho percebido que se há coisa que eu absolutamente amo são concertos. Eu adoro música desde que me lembro de ser gente e não sei viver sem música na minha vida. Apesar de sempre ter ido com os meus pais a concertos mais pequenos, em feiras e esse tipo de coisas, acho que ultimamente é que me tenho apercebido do quanto ir a concertos me deixa genuinamente feliz. A primeira vez que senti isso fui quando tive a oportunidade de ir ao Rock in Rio Lisboa, em 2018. Ali, percebi que há uma magia qualquer no ar quando se está num concerto. Tive ainda mais certezas quando fui ao Nos Alive em 2022 e isso tem-se vindo a reafirmar sempre que tenho oportunidade de ir a um concerto, seja algo em grande ou algo mais pequeno. Em 2023, já tive a sorte de ter ido ao Altice Arena ver os D'ZRT, que foi uma daquelas experiências que eu repetia se pudesse e das quais vou recordar para sempre com um sorriso de orelha a orelha, assisti aos concertos da Anastacia e dos Hybrid Theory na Expofacic (em Cantanhede) e, no dia 4 de novembro, tive o privilégio de ir assistir ao concerto d' Os Quatro e Meia no Altice Arena. Todos estes momentos me mostraram, novamente, o quanto eu adoro música e o quão especial é a sensação de assistir a concertos, sobretudo quando sentimos que estamos rodeados de gente que gostam tanto daquilo como nós. 



Na altura, falei-vos do quão importante e especial para mim foi o concerto dos D'ZRT (podem ler aqui) e hoje venho falar-vos da experiência de ter ido assistir ao concerto d' Os Quatro e Meia, que foi especial por motivos diferentes. Para quem não sabe, a banda é originária da minha cidade e tem uma ligação à minha escola secundária, por isso conheci-os bem antes de todo o país os conhecer. A primeira vez que assisti a um concerto deles foi num café-concerto no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, há quase 10 anos. Na altura, tocavam maioritariamente covers, embora o P'rá Frente É que É Lisboa e o Sim P'ra Regressar já existissem e fossem duas músicas pelas quais fiquei logo apaixonada. Do leque de instrumentos de percussão, faziam ainda parte colheres, despertadores e máquinas de escrever, aspetos peculiares que me fizeram gostar logo da banda. Desde esse primeiro concerto, já assisti a alguns mais pequenos - no Dolce Vita (agora Alma Shopping) e no CUMN - e outros um bocadinho maiores, no Conservatório de Coimbra e no Convento de São Francisco. Na altura em que anunciaram Coliseus, tive uma grande vontade de os ver dar o salto, mas acabou por não acontecer. Contudo, quando anunciaram um Altice Arena, eu soube que queria muito estar presente nesse momento, ver esse voo enorme e, por isso, comprei bilhetes para ir com a pessoa que me apresentou esta banda - a minha irmã. 


Por isso, no dia 4 de novembro, lá fomos nós rumo a Lisboa, para marcar presença no grande concerto. O lugar em que ficámos desta vez foi bem diferente daquele que ficámos nos D'ZRT, bem mais longe do palco, mas com uma visão geral de toda a arena, o que também permite uma visão mais alargada do espetáculo em si - que não se dá só no palco, mas também em todos aqueles que estão a assistir. Antes mesmo de subirem a palco, começaram a mostrar-nos a "verdadeira história" por trás daquele concerto (que foram continuando a contar através de pequenos vídeos ao longo do concerto), com a dose de bom humor a que têm vindo a habituar quem os segue. E depois lá subiram a palco, acompanhados de uma extraordinária orquestra de 19 músicos. Acho que tive um enorme sorriso no rosto durante todo o concerto, porque senti-me genuinamente orgulhosa de ver aquela banda da minha cidade a ter um Altice Arena inteiro a cantar as suas músicas. Foi mesmo muito bonito e a energia que se sentia era incrível. Toda a gente cantava, dançava nas cadeiras, até chegar a um momento do concerto em que já ninguém conseguia estar sentado e toda a gente se levantou para dançar. Foi maravilhoso!



Passaram pelas músicas mais conhecidas, apresentaram músicas novas e ainda tivemos direito a um encore com excertos de algumas músicas que toda a gente queria ouvir e que terminou em grande com o P'rá Frente É Que É Lisboa e o anúncio de um concerto com o Miguel Araújo em 2024, em Cascais. Foi mesmo um concerto muito bonito, adorei a energia que se sentia no público e fiquei mesmo muito orgulhosa deles. 


É verdade que houve coisas que correram menos bem... Falhas técnicas que, volta e meia, emitiam um som forte que fazia toda a gente saltar das cadeiras e eu achei que, sempre que se falava no palco, deviam transmitir no ecrã as imagens de quem falava, porque a verdade é que quem estava mais longe, como eu, via pouquíssimo para o palco e eu acho que isso "afastou-os" um bocadinho do público. E a verdade é que, tendo eu já assistido a concertos em ambientes mais intimistas, eu sei que a relação que se cria com o público é bem diferente num ambiente tão grande (e eventualmente vou sempre preferir vê-los em espaços mais pequenos), mas mesmo assim fiquei mesmo orgulhosa de poder dizer que estive no Altice Arena a ver Os Quatro e Meia!



Diz-se que partilhar música é uma linguagem de amor e o que se vive num concerto é exatamente essa linguagem de amor, onde centenas ou milhares de pessoas que não se conhecem de parte nenhuma se unem para cantar a plenos pulmões as músicas que adoram. E como é maravilhoso ouvir um Altice Arena a cantar em uníssono as músicas d' Os Quatro e Meia!

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