"Dois Papas" | Review

Quando alguém nos recomenda um filme, a reação que eu acho que a maioria das pessoas tem é ir ver o filme o mais breve possível para depois poder falar dele com a pessoa que o recomendou. Well, eu não sou de todo uma dessas pessoas. Acrescento o filme à minha lista, mas demoro séculos até me lembrar de efetivamente o ver. O filme de que vou falar foi lançado em 2019 e, desde então, já me foi recomendado por duas pessoas, pelo menos, mas só no mês de novembro é que me decidi a vê-lo.

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The Two Popes (ou, em português, Dois Papas) é uma produção da Netflix situada temporalmente no ano de 2012, embora haja muitos momentos do filme em que recuamos alguns anos para perceber algumas coisas. O cardeal Jorge Bergoglio está decidido a aposentar-se e a passar a ser um mero padre, maioritariamente devido às divergências de opinião sobre a forma como o Papa Bento XVI tem liderado a Igreja. Com a passagem já comprada para Roma, Bergoglio é surpreendido com o convite do próprio Papa para que o vá visitar. Essa visita revela-se num grande debate entre os dois sobre os rumos do catolicismo, sobre a Igreja, mas também sobre as experiências passadas e as peculiaridades de cada um. 

Apesar do bom feedback que já tinha ouvido, não sabia muito bem o que esperar deste filme e fui agradavelmente surpreendida por um desvendar de algumas das coisas que se escondem atrás das grandes paredes do Vaticano e da Igreja, embora, obviamente, adornadas com alguma ficção. Gosto que haja um fundo de acontecimentos reais e históricos que serve de base a esta história, porque a torna ainda mais incrível.

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À parte do que é real ou não, este filme ensina ainda uma lição de empatia, diria eu. Duas pessoas muito diferentes, com visões diferentes do mundo e da fé, foram capazes de se colocar nos sapatos uma da outra, de olhar o mundo pelos óculos do outro e de ultrapassar aquilo que os separava. Surge dali uma amizade inesperada que é baseada na compreensão um do outro, na confiança e na empatia - e isso é uma lição tão, mas tão importante! Mais do que nos focarmos naquilo que nos divide uns dos outros, é focarmo-nos naquilo que nos une, naquilo em que somos semelhantes e tentarmos sempre compreender a outra parte. 

Acho também que este filme ajuda a humanizar duas pessoas que "só conhecemos da televisão" e que têm uma importância histórica e mundial tão grande. Geralmente, temos tendência a olhar para essas pessoas como seres inalcançáveis, tão diferentes de nós, quando, na verdade, são humanos também. Acho que este tipo de filmes tem esse papel, que é muito importante.

Acho que fica claro que eu gostei realmente do filme e recomendo imenso a toda a gente, mesmo a quem não é católico, porque isso é apenas uma pequena percentagem do que este filme é. Independentemente da religião, o Papa é uma figura de destaque a nível mundial e, portanto, acho que acaba sempre por ser um filme interessante. 

Já viram este filme? O que acharam?