"Mentes Criminosas" - uma série sobre amigos que são família

novembro 08, 2021

Eu sou aquele tipo de pessoa que, além das séries que acompanha religiosamente, segue umas quantas que passam na televisão e que vai vendo os episódios que apanha. Isso faz com que acabe por se ver vários episódios soltos, que, às vezes, não pertencem se quer a temporadas seguidas. O que já me aconteceu por várias vezes é que, eventualmente, começo a gostar tanto das séries que me vejo "obrigada" a vê-las todas do início, de forma rigorosa, sem passar nenhum episódio. Aconteceu-me com NCIS: Los Angeles, com Hawaii Five-0 e agora com Mentes Criminosas (Criminal Minds).


Mentes Criminosas é uma série americana sobre a BAU (Behavioral Analysis Unit - Unidade de Análise Comportamental) do FBI, uma unidade que cria perfis dos serial killers para os poder apanhar. Esta é uma equipa de elite, onde residem os melhores dos melhores, que se baseiam no modus operandi e na "vitimologia" dos criminosos para antecipar os seus movimentos e, na melhor das hipóteses, pará-los a tempo. O foco é criar o perfil baseado no comportamento do criminoso e não o crime em si. A equipa é composta por membros com qualidades especiais que são fundamentais para a criação do perfil. A série conta com 15 temporadas e terminou em 2020.

Ao longo das 15 temporadas, algumas personagens vão saindo e novas vão entrando, mas alguns deles mantêm-se do início ao fim. JJ, Spencer Reid e Penelope Garcia são os únicos que se mantiveram constantes desde a 1ª à última temporada. Depois, temos David Rossi ou Emily Prentiss que entraram mais tarde e que se mantiveram até ao fim, Emily de forma menos constante. Temos ainda Jason Gideon, que fez parte das primeiras temporadas, Aaron Hotchner e Derek Morgan que permaneceram durante grande parte da série. Houve ainda outras personagens que fizeram parte da equipa, mas que se mantiveram por menos tempo, entre elas Tara Lewis, Matt Simons e Luke Alvez, que integram as últimas temporadas.


O motivo pelo qual comecei a ver esta série foi porque adoro séries criminais e porque achei que esta é super diferente pela questão de se basear nos perfis e não nos crimes em si. Adoro a ideia de aprender mais sobre o comportamento das pessoas, nomeadamente dos serial killers, e de isso poder ajudar a "combater o mal". Ao longo da série, fui ficando cada vez mais fascinada e interessada pela mente humana, porque é muito mais complexa do que nós achamos e, na verdade, os criminosos não são muito diferentes de todos nós. Aliás, algo curioso e interessante sobre esta série é que são vários os momentos em que nós sentimos empatia e compaixão pelos criminosos, porque percebemos que as circunstâncias de vida contribuem muito para o que somos (tanto quanto a genética) e nem sempre é fácil lutar contra elas.

Contudo, e apesar desta ser uma série criminal, eu acho que é muito mais do que isso. Tal como disse no título deste post, esta é uma série sobre amigos que são família. A equipa é formada por um conjunto de pessoas muito diferentes umas das outras, que passam muitas horas da sua vida juntas e que, por isso, obviamente criam ligações muito fortes. Somos presenteados com aquilo que se pode chamar amizades altamente improváveis, porque surgem entre pessoas super diferentes e que, talvez, se se tivessem conhecido noutro contexto nunca teriam criado uma ligação tão forte. E eu acho isso super bonito, porque temos um Derek Morgan - um sedutor nato, um homem que vira a cabeça a todas as mulheres - que se torna melhor amigo de uma Penelope Garcia - uma hacker que veste roupa excêntrica, que vive atrás dos seus computadores, rodeada das suas bugigangas - e protetor de Spencer Reid - um génio inadaptado socialmente. Acho que é muito importante mostrar-se que a amizade não vem do aspeto ou do tipo de personalidade, mas sim do amor que se gera entre duas pessoas que partilham experiências de vida. Este grupo de pessoas cria uma ligação de tal maneira forte que, além de colegas de trabalho, passam a fazer parte da vida uns dos outros como família.


Uma outra coisa que eu acho muito importante sobre esta série é a forma como aborda os problemas de saúde mental - muitos dos quais estão na origem de vários serial killers -, assim como os traumas e as consequências (nomeadamente, PTSD) que têm na vida deste grupo de profilers. A série vai muito além dos crimes e até dos perfis dos psicopatas que a equipa consegue travar, porque nós acompanhamos um pouco das vidas destes agentes e vamos percebendo a influência que o trabalho que fazem tem nas suas vidas pessoais e as cicatrizes que acaba por deixar.

Esta é, na minha opinião, uma série muito especial, porque é composta por personagens extremamente diferentes umas das outras, que quebram muitos estereótipos, e porque consegue abordar imensos temas super relevantes, tornando-se muito mais do que uma mera série criminal como tantas outras. Confesso que o final não foi exatamente o que eu esperava, mas ainda assim foi muito bom e deixou o meu coração bem quentinho. É, com toda a certeza, uma série que eu recomendo!




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