Divergente, Insurgente e Convergente | Review

junho 22, 2021

2021 tem sido um ano muito rico em livros, para mim, em que os meus principais objetivos de leitura têm sido continuar a ler sequelas de alguns livros que eu já tinha lido (como foi o caso dos livros seguintes a Viver Depois de Ti) e a ler outros livros que eu já queria ler há muito tempo, nomeadamente, também algumas sagas. Aí se incluem a saga The Hunger Games e aquela de que hoje vos falo, a saga Divergente. Em ambos os casos, eu vi primeiros os filmes e apaixonei-me por completo (por um tipo de história que eu nem sabia que gostava, em futuros distópicos), então decidi que queria imenso ler os livros, até porque sempre me disseram que os livros (em ambos os casos) eram ainda melhores. No caso de The Hunger Games, isso ficou comprovadíssimo (podem ler as reviews aqui, aqui e aqui). Será que posso dizer o mesmo da saga Divergente? Terão de continuar a ler para descobrir!


Uma pequena observação: Ao contrário do que fiz com The Hunger Games, desta vez, eu decidi juntar a review dos 3 livros num só post porque achei que fazia mais sentido para mim e porque a forma como a história está construída me leva a isso.

Veronica Roth leva-nos a uma distopia em que Chicago é uma cidade fechada por vedações, dentro das quais existe uma sociedade dividida em 5 fações, cada uma delas detentora de uma virtude especifica: Cândidos (sinceridade), Cordiais (a amizade), Abnegados (altruísmo), Intrépidos (coragem) e Eruditos (inteligência). Em Divergente, nós conhecemos Beatrice Prior, uma jovem de 16 anos que chegou ao momento em que tem de escolher se quer permanecer na fação onde nasceu (e onde a sua família pertence), os Abnegados, ou se quer mudar para outra fação e renunciar à sua família. Beatrice vê-se no meio de uma grande indecisão e a sua escolha apanha todos de surpresa ao escolher mudar-se para os Intrépidos. É durante o processo de iniciação na sua nova fação que Tris (o nome que escolheu) experiencia diferentes desafios, como o de descobrir em quem realmente pode confiar e quem são realmente os seus amigos ou de apaixonar-se pela primeira vez por um misterioso rapaz de 18 anos, acerca do qual sabe muito pouco. Tris luta ainda por esconder um segredo que pode colocar a sua vida em perigo. Contudo chega o momento em que percebe é o seu segredo que pode ser a chave de um conflito emergente.


É já em Insurgente que o verdadeiro conflito começa, com as fações a revoltarem-se umas contra as outras e a guerra a instalar-se. Tris é confrontada com muitas escolhas e decisões que podem salvar ou magoar aqueles que ela mais ama, acabando por se ver totalmente transformada e assombrada pela dor e pela culpa que resultam dessas mesmas escolhas. É altura de aceitar o seu estatuto de Divergente, mesmo sem compreender exatamente o que isso significa, e de dar o seu melhor para salvar a cidade, impedir a guerra e, em simultâneo, descobrir a verdade que Jeanine Mathews (lider dos Eruditos) tenta esconder de toda a cidade. 






Quando chegamos ao Convergente, a sociedade que Tris conhecia e em que cresceu está completamente destruída - pela violência, pela ganância da luta pelo poder, marcada pela perda e pela traição. Apesar de Jeanine ter morrido, há agora outra figura que quer tornar-se líder e impedir que Tris e outros dos habitantes de Chicago saiam para ver o que existe para lá da vedação, impedir que descubram a verdade. Assim, Tris é levada pela sua curiosidade a conhecer a realidade, a aprender mais sobre si própria, sobre os seus amigos, sobre a própria mãe e, no geral, sobre a humanidade. Mais uma vez, é obrigada a tomar decisões muito importantes para proteger os que ama e salvar as pessoas que conheceu durante toda a sua vida - mesmo que isso implique sacrificar a sua.





Ora bem... Depois de 3 rápidos resumos sobre os livros, chega o momento de eu partilhar convosco a minha opinião sobre os mesmos. Começo pelo ponto que me levou a ler os livros, que foram os filmes, e começo já por confirmar o que me tinham dito: os livros, nesta saga, são muito, mas mesmo muito melhores que os filmes. Não só a franquia dos filmes não terminou a história (era suposto ter saído uma 2ª parte de Convergente que nunca realmente saiu), como há imensas cenas completamente diferentes do que sucede nos livros ou mesmo totalmente inventadas. Agora penso em como os filmes podiam ser 1000 vezes melhores se fossem fiéis à história do livro!


Como já perceberam pelo parágrafo anterior, eu gostei imenso de ler estes livros e de conhecer esta história, por vários motivos. Primeiro, um pouco à semelhança do que acontece em The Hunger Games, as personagens principais são meros adolescentes que veem as suas vidas totalmente viradas do avesso e que são obrigados a tornar-se não só adultos, como verdadeiros soldados, que lutam para proteger aqueles que amam a todo o custo, enquanto tentam descobrir a verdade sobre quem são. Eu acho isso muito interessante porque nos faz questionar o impacto que uma situação dessas tem em alguém que ainda nem se quer terminou o seu processo de crescimento, faz-nos imaginar como seria se fôssemos nós e isso é algo que eu gosto. Outra coisa que eu gostei é o facto de as personagens terem dimensão, não serem só uma coisa, não são só boas ou más, cometem erros e nem sempre tomam as melhores decisões. Particularmente, vemos Tris e Tobias a tentarem construir uma relação no meio de uma verdadeira guerra, enquanto se tentam conhecer e aprender a lidar um com o outro, magoando-se mutuamente muitas vezes e cometendo muitos erros - isso, na minha opinião, dá algum realismo a toda a história. 


Eu sou uma defensora de que uma boa história é aquela que nos prende do início ao fim, que nos faz querer ler sempre mais, descobrir sempre coisas novas e isso aconteceu-me com estes livros. Às tantas, estamos tão envolvidos na ação que só queremos ler mais e mais, perceber o que vai acontecer a seguir e como é que as personagens vão resolver os problemas com os quais se deparam. Acho que é uma história muito envolvente, porque tem várias nuances e há sempre mais a descobrir, enquanto vamos levantando o véu e virando as páginas. Estamos a segurar a respiração praticamente até ao fim, sem saber como tudo se vai resolver.


Falando agora do fim... [Bem, esta é a parte em que eu aconselho a pararem de ler se não quiserem ver spoilers, porque eu vou dar o maior spoiler de toda a história.]


Talvez por eu ser uma romântica incurável, mesmo sabendo que esta história não é apenas sobre um romance entre o Tobias e a Tris, eu acreditava mesmo que o final mais lógico para toda a história era eles poderem ser felizes, num mundo livre de experiências e de pessoas que acreditam haver pessoas geneticamente danificadas. Contudo, temos um final em que estes dois ficam separados para sempre devido à morte da Tris - por um lado, é uma morte justificada e que faz sentido, porque ela o faz para salvar aqueles que ama, como fez sempre, mas deixou-me um amargo de boca, a sentir que isso, no fundo, é injustiçar uma personagem que contribuiu para a liberdade e a felicidade de todas as outras. Ela merecia sobreviver e viver num mundo que ela contribuiu para melhorar. Contudo, foi uma opção da autora que eu respeito, mas que me deixou bastante triste. O que pensam vocês deste final?




A autora decidiu ainda escrever um quarto livro, Quatro, que nos conta um pouco mais sobre a história de Tobias e a sua perspetiva dos acontecimentos, mas, na minha opinião, eu acho que o livro não veio acrescentar muita informação relevante e acho que a sua leitura não é, de todo, imprescindível. Foi o livro mais "fraco" de toda a saga, na minha opinião, e foi só uma tentativa da autora de prolongar o hype criado pela história.





Resumindo e concluindo, gostei bastante de ler esta saga e recomendo a leitura a todos os que gostam deste tipo de livros sobre distopias. E vocês, já leram estes livros? E já viram os filmes? Quero saber as vossas opiniões!



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