"Os Sete Maridos de Evelyn Hugo" | Review

janeiro 15, 2024

Descobri a Taylor Jenkins Reid quando ela se tornou um fenómeno do bookstagram e do booktok e estreei-me na sua escrita com Daisy Jones & The Six, que rapidamente se tornou um dos meus livros favoritos. Depois disso, decidi que queria ler tudo da autora, sobretudo porque me comecei a aperceber que ela é uma escritora bastante consensual. Talvez o seu livro com mais hype nas redes sociais seja aquele de que vos venho falar hoje, mas, talvez por isso mesmo, eu tenha demorado algum tempo a decidir lê-lo. Contudo, assim que ele veio parar à minha estante, eu soube que ele não podia ficar lá muito tempo, precisava de o ler imediatamente. Era impossível não ter as expetativas altas - não só por todos os comentários positivos que já tinha lido/ouvido, mas porque adorei o primeiro livro que li da autora -, mas, ao mesmo tempo, ia com algum receio de acabar desiludida. Comecei a ler e, numa semana (para algumas pessoas parece muito, mas para mim é uma leitura bastante rápida), devorei o livro do início ao fim e dei por mim, no final, com uma sensação de vazio que só os livros bons, que nos marcam, deixam.



Os Sete Maridos de Evelyn Hugo, de Taylor Jenkins Reid, leva-nos a conhecer a história de uma das maiores estrelas de Holywood, Evelyn Hugo, agora a aproximar-se dos seus 80 anos. Depois de uma vida de estrelato, Evelyn decide que chegou o momento de contar tudo sobre a sua vida recheada de glamour e de alguns escândalos. Quando escolhe a desconhecida Monique Grant para ser a escritora da sua biografia, todos ficam surpreendidos, incluindo a própria jornalista. Porquê ela? Porquê agora? Apesar da surpresa, Monique está determinada a aproveitar a oportunidade para impulsionar a sua carreira e regista o relato de Evelyn com fascínio e admiração. Da chegada a Hollywood no início da década de 1950 à decisão de abandonar o mundo do espetáculo 30 anos depois, incluindo, claro está, os seus sete casamentos, a vida de Evelyn está repleta de ambição desmedida, amizades improváveis e um grande amor proibido. Contudo, à medida que a história de Evelyn se aproxima do seu fim, torna-se claro que a sua vida está ligada à de Monique de uma forma trágica e irreversível. (adaptado de Wook)


Evelyn Hugo tornou-se, muito provavelmente, numa das minhas personagens literárias de sempre, porque a autora conseguiu criar uma personagem extremamente humana, no sentido em que não é apenas boa ou apenas má, e muito complexa. Evelyn é alguém que cometeu erros, que desiludiu e magoou as outras pessoas, mas também acabou por ser desiludida e magoada. É alguém que amou genuinamente, que foi uma verdadeira amiga em todos os momentos, que aprendeu com os seus erros e que fez aquilo que tinha de fazer para chegar onde queria e para sobreviver num meio que foi sempre tão cruel com as mulheres. 



Este livro fez-me viajar no tempo, para uma época que nunca conheci e para um cenário muito diferente daquele que eu estou habituada. A autora deu-me a conhecer um bocadinho do mundo de Hollywood através da maravilhosa Evelyn Hugo e, enquanto mostrava o lado glamouroso, mostrou também o lado mais feio, as coisas de que não se fala, a vida, por vezes, difícil de quem vive no estrelato. Eu acho que, por momentos, enquanto lemos este livro, nos esquecemos de que nada daquilo é real, de que aquelas personagens não são pessoas reais, de que aqueles filmes nunca existiram... Taylor Jenkins Reid tem este dom de fazer parecer que todas as suas histórias foram acontecimentos da vida real.


A cada página que lia sentia-me cada vez mais viciada na história, mais ansiosa para saber mais sobre a vida fascinante desta mulher forte e carismática. Apesar do contexto luxuoso e fascinante em que Evelyn viveu, vamos percebendo que a sua história foi carregada de momentos muito difíceis, de muitas guerras interiores, de muito sofrimento... A sua vida foi recheada de muitos momentos bons, mas também de muitos momentos maus. Além da fama e do estrelato, e das implicações que trazem, esta história fala também sobre temas que ainda são fraturantes na nossa sociedade de hoje: machismo, violência doméstica, sexualidade, diversidade, inclusão... E nós vamos refletindo um pouco sobre todos esses temas, há medida que vamos conhecendo mais da história de Evelyn.



Chegados ao fim do livro, é-nos feita uma revelação verdadeiramente surpreendente que me apanhou desprevenida, porque tinha especulado sobre imensas coisas que poderiam acontecer, mas não imaginei que fosse aquele o segredo carregado por Evelyn Hugo durante grande parte da sua vida. Gostei desse elemento inesperado. E, embora Evelyn seja o foco principal desta história, gostei que também Monique (a pessoa a quem Evelyn conta a sua história) tenha conseguido resolver-se consigo mesma, com os que a rodeiam e ter o seu "final feliz".


Acho que já conseguiram perceber que amei este livro e que recomendo vivamente a toda a gente. Vale 100% o hype e acho que dificilmente se vão desiludir!


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