Dores de Crescimento

Sabem aquelas músicas que começam a passar incessantemente na rádio e que nos ficam coladas na cabeça por dias infinitos? Foi o que me aconteceu com a música Dores de Crescimento, da Carolina de Deus com o António Zambujo. Além de ficar insistentemente colada na cabeça, eu acho que a música e a letra são mesmo muito bonitas. 

Um dia destes, vinha no carro do trabalho para casa (adoro andar de carro sozinha, btw) e esta música estava a tocar na rádio. Enquanto cantava, deixei-me envolver pelos meus pensamentos e comecei a pensar que todos nós sofremos algumas "dores de crescimento" ao longo da vida. Não só aquelas que sentimos nas pernas quando estamos a crescer - essas também são chatas, é verdade -, mas aquelas que resultam das lições que vamos aprendendo e que, não sendo propriamente agradáveis, são muito importantes para nos fazer crescer.

Acho que essas dores aparecem mais quando somos mais jovens, porque é quando temos mais a aprender com a vida e são elas que nos fazem efetivamente crescer, para não voltarmos a cometer os mesmos erros. Eu só posso falar do alto dos meus 23 anos de experiência, mas esta reflexão de uma viagem de carro a solo fez-me listar algumas das "dores de crescimento" que já senti e que me ajudaram a aprender algumas lições de vida valiosas.

1. Por mais que nos custe, algumas pessoas entram na nossa vida apenas para nos ensinar algo. Há pessoas cujo propósito na nossa vida é meramente ensinar-nos uma lição - em que devemos ou não confiar, com quem podemos ou não contar. Servem para nos fazer perceber que devemos escolher criteriosamente as pessoas que nos rodeiam e a quem decidimos chamar de "amigos". É triste, mas algumas pessoas vão acabar por se revelar uma autêntica desilusão e isso vai doer, no momento, mas vai acabar por nos ensinar que nem todas as pessoas entram na nossa vida para ficar.

2. As notas que temos na escola não nos definem, não nos tornam mais ou menos inteligentes do que os outros, melhores ou piores, superiores ou inferiores. São apenas um número que se torna completamente insignificante quando nos tornamos mais velhos. Há coisas muito mais importantes que, essas sim, nos definem.

3. Não é suposto termos tudo decidido sobre a nossa vida aos 15 ou aos 18 anos. É o que a sociedade nos fazer crer, mas as coisas não precisam de ser tão lineares assim. Não precisamos de ter tudo figured out quando ainda somos apenas adolescentes. A qualquer momento, podemos tomar a decisão de mudar e está tudo bem com isso.

4. Não precisamos de passar por cima dos outros para alcançar os nossos objetivos, basta focarmo-nos no que queremos e trabalhar para isso. Não é necessário pisar ou menosprezar os que nos rodeiam para chegarmos onde queremos. Se formos realmente bons e nos empenharmos, vamos acabar por lá chegar por mérito próprio, mais cedo ou mais tarde.

5. A vida pode mudar muito rápido e, infelizmente, as pessoas de quem gostamos não são eternas. Esta é uma daquelas "dores" que vamos sentir durante toda a vida, mas acho que vamos aprendendo que temos mesmo de aproveitar o máximo de cada dia, viver a vida com alegria e paixão e dizermos sempre às pessoas o quanto gostamos delas.

(fonte)

Sei que ainda tenho muitas "dores de crescimento" para sentir, muito que errar e aprender, mas não teria piada nenhuma se nascêssemos com todas as lições já decoradas, pois não?