"Barbie" | Review

agosto 14, 2023

Embora eu não seja o tipo de pessoa que vê muitos filmes, se me convidarem para ir ao cinema a minha resposta é um sim garantido, porque acho que ver filmes no grande ecrã tem uma magia muito especial. Já estava há bastante tempo sem ir ver um filme ao cinema, por isso decidi juntar um grupo de amigas para irmos ver um dos filmes mais badalados do momento, que tem inundado as redes sociais e os cinemas por esse país (e mundo) fora de cor-de-rosa.



Barbie, dirigido por Greta Erwig, é o live-action da boneca mais famosa do mundo, no qual acompanhamos o seu dia-a-dia na Barbieland - o mundo mágico das Barbies, onde todas as versões da boneca vivem em completa harmonia e as suas únicas preocupações são encontrar as melhores roupas para passear com as amigas e divertir-se em festas intermináveis. Porém, a Barbie Estereotipada começa a perceber que talvez a sua vida não seja tão perfeita assim, questionando-se sobre o sentido da sua própria existência e deixando as suas amigas preocupadas. A sua vida no mundo cor-de-rosa começa a mudar e ela acaba por sair da Barbieland numa "expedição" ao mundo real. Nesse mundo real, Barbie é confrontada com a realidade e precisa de lutar contra as dificuldades de não ser apenas uma boneca, acompanhada por Ken, que parece completamente fascinado pela vida no mundo real. Tudo na vida de Barbie acaba por mudar e ela vai ter muitas dificuldades para se ajustar, até perceber que a verdadeira beleza está no interior de cada um. (adaptado)


Eu acho que todos nós já vimos várias pessoas partilharam a sua opinião sobre este filme e já lemos várias críticas ao mesmo. Eu acho que, em relação a este filme, há quem tenha gostado muito ou quem não tenha gostado nada, não há propriamente um meio termo. Acho também que é um tipo de filme para o qual se tem de ir com uma mente aberta e com o espírito para perceber a mensagem subliminar, ir além do que está à superfície. Tem um lado de comédia, de paródia, em que o objetivo é as coisas serem "plásticas" e "exageradas", que depois é misturado com um lado mais sério, com uma mensagem importante, que fala de problemas bem reais do nosso mundo. Por isso, eu acho que não se pode ir para um filme destes a achar que é tudo literal, porque não é. É ficção, tem um lado de exagero que eu acho que faz parte e que é completamente propositado, e depois tem um lado de crítica social mais sério. Não é o "filme para crianças" que muita gente estava à espera. 



Acima de tudo, eu acho que o filme toca em assuntos muito sérios e importantes, dignos de reflexão, de uma forma "leve", mas que pretende abrir mentes e fazer as pessoas pensar. Se, por um lado, temos o ponto de vista da Barbie, que toda a vida achou que tudo era perfeito e que ela própria tinha de o ser e depois é confrontada com a realidade, em que percebe que o mundo real ainda não é justo para com as mulheres e em que aprende que está tudo bem em não sermos absolutamente perfeitos, porque aquilo que somos no nosso interior é muito mais importante do que o exterior. Por outro lado, temos o lado do Ken, que toda a vida se sentiu diminuído e invisível para a Barbie e que, quando conhece uma outra realidade, toma uma atitude extrema que também não é correta, mas, aos poucos, acaba por perceber que ele tem de ser aquilo que ele sente e que quer, ao invés de passar a vida a tentar agradar aos outros.


Ao contrário do que muita gente acha, eu não penso que o objetivo do filme seja passar uma imagem de "superioridade" das mulheres, embora, no fundo, seja isso que acontece inicialmente no mundo da Barbie, mas eu acho que pretende demonstrar que, no nosso mundo real, o"patriarcado" continua a dominar e, de certa forma, tenta mostrar como seria o mundo se fosse ao contrário - mais uma vez, sempre com a questão do exagero que faz parte da comédia. Contudo, ainda assim, acho que a mensagem do filme vai além disso: é mais sobre aceitarmos que não temos de ser perfeitos, não temos de procurar uma vida absolutamente perfeita, porque o mundo real também não é perfeito e vai haver sempre momentos em que as coisas não vão correr tão bem. Devemos aceitar quem somos, gostar de nós com todos os defeitos e escolher o nosso próprio caminho, sem vivermos sempre para agradar aos outros.


Entendo que haja muita gente que não tenha gostado, talvez porque não tinham as expetativas devidamente ajustadas, mas eu gostei muito do filme. Acho que tem muitas mensagens importantes, subliminares e que cada um de nós vai acabar por interpretá-las de forma diferente, muitas vezes, à luz daquilo que é a nossa própria vida e as nossas crenças.




1 comentário:

  1. Apesar de curiosa, ainda não vi. Acho que prefiro sempre assentar este hype todo.

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