"Carrie Soto Está de Volta" | Review

maio 19, 2025

Carrie Soto Está de Volta, da autoria de Taylor Jenkins Reid, leva-nos numa viagem no tempo até ao mundo do ténis dos anos 90. Seis anos após deixar os courts de ténis, devido a uma lesão no joelho, Carrie Soto vê o seu recorde de vitórias ameaçado por Nicki Chan, uma jogadora intensa e deslumbrante que ameaça tirar-lhe o título de melhor tenista de sempre, um patamar a que ascendera à custa de muitos sacrifícios pessoais e com a ajuda do pai, que a treinou desde pequena. Aos 37 Anos, Carrie não quer perder esse estatuto e, por isso, decide regressar ao ténis profissional durante um ano, para tentar defender o seu recorde. Contudo, as marcas a nível físico e mental deixadas pela pausa dos courts fizeram com que Carrie já não tenha o vigor e a energia de outrora, o que resulta em alguma falta de confiança por parte da imprensa desportiva e dos seus patrocinadores.



Carrie vai ter de contar, novamente, com a ajuda do pai e com a sua enorme determinação e fome de vencer, características que sempre a definiram. Mas terá também de enfrentar desafios inimagináveis, tanto dentro do court como fora dele, pois o peso da fama nem sempre a favoreceu e algumas das suas atitudes deixaram más memórias. E, para conseguir voltar a singrar no ténis, terá mesmo de engolir o orgulho e fazer uma aliança improvável com um homem que, tal como ela, ainda tem muito a provar.


Este foi o terceiro livro da autora que eu li e apenas consolidou a opinião que eu já tinha: quero ler tudo o que a Taylor Jenkins Reid escrever, porque não há um livro dela que eu não fique completamente obcecada do início ao fim. Para mim, ela é uma escritora completamente diferente do que se vê por aí e os livros dela são todos muito diferentes entre si e diferentes da maioria dos livros que estão no mercado. Ela leva-nos para um tempo passado, para as vidas de personagens marcantes e de personalidades fortes, que podiam muito bem ter sido pessoas reais. Ela cria um universo tão realista, personagens com traços tão humanos e reais, que é fácil acreditar que aquelas pessoas existiram. Isso aconteceu-me com a banda Daisy Jones & The Six, com a excêntrica Evelyn Hugo e voltou a acontecer-me com a Carrie Soto - todos eles podiam ter sido celebridades que realmente existiram. Eu acho que esse poder da escrita dela de nos fazer embrenhar a tal ponto no mundo que ela cria e de nos fazer acreditar realmente nas suas personagens é o que torna os seus livros tão viciantes.


A Carrie Soto é uma mulher forte, determinada e, de certo modo, um pouco fria. Não é uma pessoa de quem seja fácil gostar à primeira. Diria que é uma espécie de anti-heroína. Reconhecemos-lhe os seus defeitos e os seus erros, mas é impossível não sentirmos empatia por ela e pela sua luta, é impossível não a admirarmos. Ela é fruto da forma como foi educada e do meio competitivo em que cresceu, mas, no fundo, tem também as suas fragilidades e as suas inseguranças, embora tente escondê-las daqueles que a amam. É magnífico vê-la "desabrochar" ao longo do livro, vê-la resolver-se com o seu passado, com o pai, consigo própria, vê-la aprender a desfrutar mais do momento em vez de pensar só no objetivo final. Acho que tem um excelente crescimento pessoal ao longo do livro. E o mesmo acontece com o Bowe Huntley, de quem é muito mais fácil gostar, na minha opinião, mas que também vai crescendo com a ajuda da Carrie e do Javier, que vai abrindo mais o seu coração e mostrando como realmente é uma boa pessoa. A jornada da Carrie e do Bowe, quer a nível individual, quer enquanto casal, conseguiu mesmo deixar-me emocionada em alguns momentos, enquanto, noutros momentos, me fez rir - e isso é das coisas que eu mais valorizo num livro.



Não encontrei nada do livro de que não gostasse, porque acho que está mesmo muito bem construído, a narrativa é muito cativante e eu gosto da forma como a autora vai intercalando transcrições de notícias ou relatos de rádio ao longo da história, dando-nos a perspetiva da imprensa acerca da Carrie Soto e das suas adversárias. Também gostei que houvesse duas referências a outros livros da autora, no caso, a uma das personagens de Os Sete Maridos de Evelyn Hugo e à banda Daisy Jones & The Six, encaixando tudo num mesmo universo. 


Recomendo imenso este livro (e os livros desta autora), porque acho que é quase como estarmos a ver um filme acontecer na nossa cabeça e o ritmo é sempre tão acelerado que é difícil parar de ler - pelo menos, para mim foi. Não é um daqueles livros com muitas reviravoltas e plot twists super inesperados, mas não é algo que faça falta, porque a história em si é interessante, cativante e cheia de mensagens muito importantes. Li este livro em fevereiro, mas acho que já é um candidato a favorito de 2025!


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