"Guia para um Final Feliz" | Review
É raro eu vir aqui falar-vos de filmes porque vocês sabem que eu sou muito mais uma pessoa de séries, mas volta e meia lá decido fazer diferente e escolher um filme para ver. O processo da escolha é sempre difícil, porque, com tantas listas que tenho, arranjo sempre maneira de nunca saber o que quero ver. Desta vez, venho falar-vos de um filme de 2012, que andava para ver há muito tempo, mas só agora vi por sugestão da Netflix.
Guia para um Final Feliz é um filme que se passa no intermédio entre o drama e a comédia - o que pode parecer algo estranho, mas que acaba por fazer todo o sentido. Nesta história, conhecemos Pat, um homem que passou algum tempo internado num hospital psiquiátrico - devido a um transtorno bipolar não diagnosticado e a problemas emocionais que quase lhe destruíram a vida - e que agora está pronto a recomeçar a sua vida e remediar os erros do passado. Assim, Pat decide voltar para casa dos pais e reaproximar-se da sua família, ao mesmo tempo que tenta fazer de tudo para recuperar o seu casamento e reconciliar-se com Nikki (a ex-mulher). É neste contexto que Pat conhece Tiffany - uma mulher problemática, que luta contra os seus próprios demónios, enquanto tenta superar a morte do marido - e ambos acabam por se tornar bastante próximos, acabando por se ajudar um ao outro.
Como disse, no início, tudo parece um pouco estranho. Temos um Pat que é um indivíduo que vive a lutar contra ele próprio, numa tentativa de ser melhor e de ficar bem, mas que se encontra extremamente obcecado em recuperar o seu casamento, o que o torna altamente irracional em vários momentos do filme. Por outro lado, a Tiffany é uma pessoa extremamente complexa e instável, altamente imprevisível, o que faz com que ela e Pat sejam uma combinação altamente perigosa - pelo menos, aparentemente. Ao longo do filme, nós vamos percebendo melhor que, na verdade, aquilo que ambos querem é poder ser amados e felizes e vamos também percebendo que eles são meio que a personificação daquela velha máxima de que "juntos somos mais fortes".
Há momentos mais cliché? Talvez. Se o fim é óbvio? Um bocadinho. Se isso torna o filme mau? Na minha opinião, não. Eu gostei bastante. É um filme que aborda o tópico da saúde mental de forma muito subtil, sem ser demasiado pesado - até porque é um filme de 2012 e, nessa altura, creio que a saúde mental não era um tema abordado da mesma forma que o é hoje em dia - e combinando alguns momentos mais engraçados. Mesmo com esses momentos mais de comédia, a verdade é que o filme possui uma mensagem que eu acho muito importante: quando a vida nos confronta com um problema ou uma situação que nos destabiliza, que nos fragiliza, mais importante do que conseguirmos ultrapassá-lo, é conseguirmos seguir em frente com uma versão melhor de nós próprios, mais saudável, mais preparada. Temos de ser nós a querer melhorar por nós mesmos, a procurar a nossa felicidade. Um excelente filme de domingo à tarde, que eu recomendo!
Já viram este filme? Se sim, qual a vossa opinião?
Não conhecia, mas talvez lhe dê uma chance. 😉
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