"Sensibilidade e Bom Senso" | Review
Não sei se já vos tinha contado este facto sobre mim, mas eu não sou uma pessoa que pensa muito sobre os livros que compra ou que escolhe ler. Na verdade, acho que sou mais uma leitora impulsiva - do tipo "está aqui este livro, então é este que vou ler", mesmo que seja um livro que nunca despertou o meu interesse. Apesar de ter a minha wishlist, acho que, na maioria das vezes, acabo por comprar outros livros que não estão lá - leio a contracapa, parece-me bem e compro. Por este motivo, acabo sempre por ler livros mais recentes e deixo os clássicos (que estão na minha wishlist) para trás. Para 2021, um dos meus objetivos é ler mais clássicos e fazer compras literárias mais ponderadas.
O livro de que hoje vos venho falar - Sensibilidade e Bom Senso, da Jane Austen - entrou para a minha wishlist há já bastante tempo, depois de ter lido Orgulho e Preconceito, da mesma autora, na altura do secundário. Eu gostei imenso, na altura, e fiquei com curiosidade de ler mais coisas da autora, que é um dos grandes nomes da literatura mais clássica. Assim, aproveitei uma promoção da Wook para gastar o dinheiro que tinha no cartão e comprei, justamente, este livro, numa edição bastante bonita da Bertrand Editora.
A história gira em torno da família Dashwood, mais particularmente das irmãs Marianne e Elinor, de 17 e 19 anos, que não podiam ser mais diferentes uma da outra. Se Marianne é mais emocional, sensível e romântica, então Elinor é a personificação da racionalidade, do bom senso e da discrição. As circunstâncias das suas vidas e o surgimento do amor, leva a que estas irmãs sejam postas à prova e que encontrem um equilíbrio entre a sensibilidade e o bom senso para poderem ser felizes.
Ao longo da história, vamos conhecendo outras personagens que fazem parte do círculo social destas duas irmãs - personagens essas muito distintas entre si, com personalidades fortes e que contribuem muito para o desenvolvimento da história, dando mais vida a todo o enredo. Sendo passada numa época bem diferente da atual, é engraçado refletirmos sobre como tudo seria tão diferente se acontecesse nos dias de hoje, em que as preocupações com quem é a melhor pessoa para casar com base nas posses que tem ou quem é a família da pessoa por quem se está apaixonado importam cada vez menos.
Passando agora a falar um pouco da minha opinião... Bem, eu tenho de ser sincera e admitir que as minhas expetativas foram um pouco defraudadas com este livro. Como já disse acima, eu adorei ler Orgulho e Preconceito e, por esse motivo, vinha com expetativas elevadas para este livro, mas achei que são dois livros totalmente diferentes na forma como a história é desenvolvida. Em Sensibilidade e Bom Senso, toda a ação é muito mais "suave" e dissolvida na história do quotidiano destas irmãs, sendo um livro que se passa a "ritmo lento" e em que eu senti que quase nunca aconteceu nada verdadeiramente entusiasmante - excetuando dois ou três capítulos que me prenderam mais. No geral, eu gostei do livro e da história, mas está longe de entrar para o meu top de livros favoritos e está bem longe de poder ser comparado a Orgulho e Preconceito - isto é a minha opinião, como é óbvio, até porque já tive oportunidade de conversar com outras pessoas que gostaram mais de Sensibilidade e Bom Senso do que de Orgulho e Preconceito. Resumidamente, são dois livros escritos de forma muito diferente.
Uma das coisas que mais gostei no livro é que, ao longo de toda a história, nós vamos vendo as duas irmãs crescerem juntas e tornarem-se cada vez mais próximas, pois vão-se compreendendo mutuamente e percebendo que serão mais felizes se adotarem algumas características uma da outra. Assim, mais do que um romance típico, esta é uma história de amor entre duas irmãs que aprendem a ser melhores juntas.
Desse lado, alguém já leu este livro? Se sim, o que acharam? Já leram outros livros da autora?
Não conhecia, mas parece uma boa sugestão :)
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