"La Casa de Papel" - finalmente, cedi!
Bem, acredito que alguns de vocês, ao lerem este título, possam ter ficado um pouco surpreendidos por só agora eu vir falar desta série. A verdade é que, apesar da série ter estreado na Netflix em 2017, eu não gosto muito de ver as séries quando há um grande hype à volta delas, porque sinto que é muito mais fácil desiludir-me. Ou seja, eu sempre soube que, eventualmente, iria ver a série, mas quis deixar passar algum tempo. Com a chegada da primeira parte da quinta temporada em setembro, achei que este era o momento ideal para maratonar as 4 temporadas anteriores.
O mote para La Casa de Papel é quando um grupo de assaltantes, liderados pelo Professor, decidem entrar na Casa da Moeda em Espanha, fazendo reféns e fechando-se lá dentro, enquanto tentam executar o seu plano e manipular a polícia, em simultâneo. É a partir daí que se desenrola uma sucessão de acontecimentos que os leva, mais tarde, até um novo assalto, desta vez, ao Banco de Espanha.
Eu acho que uma das coisas que mais distingue esta série e que a tornou no fenómeno que foi/é, é a capacidade que os autores têm de nos fazer apaixonar por aqueles que, teoricamente, são os vilões, os maus da fita, os criminosos. É-nos impossível não ficar do lado dos assaltantes e contra a polícia. Essa é, para mim, a "magia" desta série. É claro que não adoramos todos os criminosos - dentro daquele grupo de assaltantes, temos pessoas diferentes, com personalidades diferentes; algumas verdadeiramente detestáveis, outras que oscilam e que nos fazem alterar o que pensamos e outras que vamos gostando cada vez mais à medida que as conhecemos. E isto acontece porque as personagens não são apenas assaltantes ou falsificadores ou sequestradores, são pessoas com histórias, com profundidade e é isso que nos leva a sentir empatia por elas.
Outro aspeto verdadeiramente fantástico sobre esta série é a genialidade que envolve cada um dos assaltos. Não só o Professor é capaz de planear tudo com um detalhe extraordinário, antecipando os movimentos da Polícia, como consegue contornar as reviravoltas e os contratempos, arranjando sempre uma solução para cada novo problema. Apesar de ser um inadaptado social, o Professor conquista-nos aos poucos com a sua inteligência, mas também ao mostrar que, por trás de toda a timidez e constrangimento, existe bondade, amizade e compaixão. Não sendo a minha personagem favorita, é, sem dúvida, uma das personagens mais interessantes pela sua complexidade.
Outra "carta" espetacular em relação a esta série é - e peço, desde já, desculpa pelos spoilers - a forma como a população se posiciona do lado dos assaltantes, do lado da Resistência, tal como nós que assistimos. É isso que dá ainda mais força a todo o plano do Professor e que torna determinadas cenas ainda mais impactantes, reforçando o lado mais corrupto das autoridades e do próprio Governo. E isso reflete-se, nomeadamente, quando a tortura do Rio é revelada ou quando os seguranças do Banco de Espanha saem com o caixão onde está o corpo de Nairobi - momentos só por si tristes e fortes, mas que são exacerbados pelas manifestações do público.
Antes de ter visto a série, vi muita gente criticar as últimas duas temporadas e a dizer que a série foi perdendo qualidade ao longo das temporada. Eu digo, desde já, que não concordo. Acho que, se tivesse terminado no fim da 2ª temporada, não teria ficado nada mal e teria feito sentido, mas também acho que as duas temporadas que se seguem são igualmente espetaculares e prendem-nos igualmente ao ecrã. Espero que esta nova temporada continue a surpreender-nos e a deixar-nos colados até ao último minuto.
Concluindo, fico realmente feliz por ter "cedido" a este fenómeno, porque valeu muito a pena. Aguardo ansiosamente por setembro, agora, com a chegada da 5ªtemporada!
E vocês: já viram esta série? Gostaram? Quero mesmo saber as vossas opiniões!
É uma das séries que mais gosto!
ResponderEliminar