"A Resignação" | Review
A Resignação foi o último livro escrito por Luís Miguel Rocha - na verdade, o escritor faleceu enquanto escrevia o livro, tendo sido este terminado por dois amigos, usando as notas deixadas pelo escritor. É também o último da série de cinco livros relacionadas com o Vaticano e as polémicas e conspirações que envolvem vários Papas da história mais recente.
Em dezembro de 2012, o Papa Bento XVI recebeu um relatório de 300 páginas de uma comissão de cardeais, sobre o mediático caso "Vatileaks". Dois meses depois, a 11 de fevereiro de 2013, evocando razões de saúde, e ciente da gravidade da sua decisão, o mesmo Papa anunciou ao mundo que resignaria ao trono de São Pedro. Não se sentia capaz, física e espiritualmente, de continuar a exercer o cargo. Que segredos comprometedores guardará o extenso relatório? A resignação terá acontecido por razões de saúde, como Bento XVI anunciou, ou por pressões políticas que jamais serão tornadas públicas? Os mistérios de tão inesperada decisão serão agora revelados.
Fiquei um bocadinho triste assim que comecei a ler o livro e percebi que o autor não teve oportunidade de concluir esta história, que construiu ao longo de vários anos, mas, uma outra parte de mim, ficou contente ao perceber que houve amigos que decidiram terminar o seu trabalho e manter o seu legado para que este livro chegasse a todos os leitores. Para mim, foi fácil perceber quando é que deixou de ser o Luís Miguel Rocha a escrever, porque obviamente que a escrita não é igual, mas sinto que isso não retirou qualidade ao livro ou à minha leitura. Tive o mesmo feeling ao ler este livro que tive ao ler os restantes e isso prova que os escritores que quiseram continuar o trabalho do seu amigo o fizeram da forma mais fiel possível.
Gostei muito do livro, porque acho que foi o final perfeito para esta saga e para as personagens que vamos acompanhando ao longo dos cinco livros. Conseguimos que Sarah tivesse o final que merecia e que conseguisse aprender mais sobre as suas origens; Gabriel manteve-se sempre fiel a si mesmo e às pessoas a quem era leal, tomando as decisões que considerava mais corretas, como sempre. Nem sempre os "maus da fita" são devidamente punidos, mas isso é a vida real, não é? Apesar destas histórias serem ficcionadas, têm por base acontecimentos reais e eu gosto que nem tudo na história aconteça exatamente como gostaríamos, justamente porque me relembra que também na vida real as coisas são assim.
Vou ter saudades destes livros e das personagens, porque, embora quando iniciamos a leitura, fiquemos sempre muito confusos, visto que há muitas coisas a acontecer ao mesmo tempo, com muitas pontas soltas, vamos ficando cada vez mais envolvidos à medida que vamos avançando e algumas dessas pontas começam a unir-se. Sinto que é um policial no verdadeiro sentido da palavra, em que nos dá vontade de nos armarmos em detetives para descobrirmos quem está por trás dos crimes - algo que só descobrimos realmente quase nas últimas páginas. Além disso, junta factos reais que todos conhecemos com um "quê" de teorias da conspiração, algo que eu gosto muito. Se gostam deste tipo de livros, recomendo a 100%! É uma série que gostei muito de ler e tenho muita pena que o autor não tenha tido uma vida mais longa para nos poder continuar a presentear com histórias tão incríveis.
Também gosto muito dos livros do Luís, tenho tanta pena que já não esteja entre nós, não há livros em português que se equiparem a esta série do Vaticano..
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