"A Doçura da Chuva" | Review
Um dos tipos de conteúdos que mais gosto de ver no Instagram é sobre livros, por isso sigo imensos bookstagrams. Gosto que, através dessas contas de Instagram, eu consiga conhecer imensos livros novos, ler opiniões diferentes sobre os mesmos livros e, com isso, adicionar uns quantos livros à minha wishlist. E, embora eu adore explorar e ler aqueles livros que "estão na moda" e de que toda a gente fala para também eu poder dar a minha opinião, eu também gosto de explorar livros sobre os quais ninguém fala, sobre os quais não tenho qualquer tipo de feedback, porque acho que esses acabam por ser aqueles que me conseguem surpreender mais.
O livro que vos trago hoje foi-me oferecido no Natal e eu não sabia absolutamente nada sobre ele. Não conhecia a autora, o título não me dizia nada e nunca tinha visto ninguém falar sobre o livro. Então, esta foi uma leitura que começou do zero, sem qualquer tipo de expetativas da minha parte. Posso dizer-vos que começou devagar, mas que bastaram alguns capítulos para me agarrar por completo à história, às personagens e para me fazer perceber que este livro seria uma surpresa maravilhosa.
A Doçura da Chuva, de Deborah Smith, dá-nos a conhecer um grupo de personagens que fogem a todos os estereótipos, que nos cativam, que nos envolvem e nos levam a reconhecer nos pequenos gestos do quotidiano as fontes da alegria e da felicidade. Kara Whittenbrook sempre viveu uma vida privilegiada - filha de dois ambientalistas famosos, cresceu entre a selva da Amazónia e os melhores colégios da elite americana. Quando os pais morrem num acidente de aviação, Kara torna-se herdeira de uma enorme fortuna, mas também de um segredo que abala completamente o seu mundo - Kara é adotada. Então, parte para o Norte da Flórida para encontrar os seus pais biológicos e é assim que conhece Ben Thocco, um rancheiro que vive rodeado de gente singular. Em pouco tempo, Kara torna-se parte de um universo muito diferente daquele que conhecia, que lhe abrirá as portas a um amor inesperado, amizades genuínas e que a ajudará a tomar as mais difíceis decisões. (adaptado de Wook)
Para mim, o ponto forte deste livro são as personagens. Temos um leque de personagens absolutamente incrível, todas aparentemente muito diferentes umas das outras, mas, no fundo, todas corações genuinamente bons que apenas precisam de amor: de o dar e de o receber. É um livro simples que toca em temas muito sensíveis, de forma leve e até com algum humor, mas sem os menosprezar. Temos personagens que são de, certo modo, excluídas da sociedade por terem algum tipo de deficiência física e/ou intelectual e depois temos Kara e Ben, que vêm de duas realidades muito distintas, mas que encontram um no outro exatamente aquilo que precisam para ser felizes.
Se tem uma componente de romance cliché? Sim, tem. Se isso é o foco principal da história? Eu acho que não, pelo menos, para mim. É um romance leve e simples, sim, mas que foca questões e problemas bem reais e complexos: desde a adoção de Kara e o motivo pelo qual não cresceu com os pais biológicos, aos graves problemas de saúde do irmão de Ben, à exclusão das pessoas que Ben acolheu como seus amigos e funcionários, à luta de Ben para manter e expandir o seu rancho apesar dos problemas financeiros... Há muito material que é explorado nas páginas desse livro e eu acho que é isso que o torna especial, pelo menos, na minha ótica.
É um bom livro para ler em qualquer altura e acho que é um bom livro para lermos depois de terminarmos uma leitura mais pesada, porque se lê bem e a história é cativante. Foi uma agradável surpresa e eu gostei imenso, por isso recomendo a leitura!
Alguém desse lado já leu este ou outros livros da autora? Fiquei com curiosidade para ler outras obras da Deborah Smith!
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