"O Diário de Anne Frank" | Review
O livro de que vos venho falar hoje é, certamente, um dos livros mais lidos, estudados e discutidos em todo o mundo no que diz respeito à temática do Holocausto, sendo, indiscutivelmente, o diário mais famoso de todos os tempos. O facto deste ser um livro tão famoso e tão importante foi o que me levou a querer lê-lo, estando na minha wishlist há bastante tempo. Só em 2021 o adquiri e foi ainda durante o final do ano que o comecei a ler, contudo a leitura revelou-se mais difícil do que eu esperava, pelo que só o consegui terminar no final de janeiro de 2022... Mas iremos a essa parte mais à frente neste post!
O Diário de Anne Frank é nada menos nada mais do que o diário de uma menina judia, nascida na Alemanha mas cuja família se viu obrigada a mudar-se para a Holanda devido à perseguição dos judeus por parte dos nazis. Anne recebeu o caderno que viria a ser o seu diário no seu 13ºaniversário, pouco tempo antes de ter sido escondida com a sua família no "Anexo Secreto", que ficava localizado nas traseiras do edifício onde o seu pai, Otto Frank, trabalhava. Além da família de Anne, também a família Van Pels (no livro, designada van Daans) e um dentista de nome Fritz Pfeffer (Dussel, no livro) foram escondidos neste Anexo, tendo vivido juntos durante cerca de 2 anos. No seu diário, Anne escrevia cartas a uma amiga fictícia, de nome Kitty, a quem contava o dia-a-dia do Anexo, mas também as suas preocupações de adolescente a atravessar a puberdade.
Eu acho que é extremamente difícil falar sobre um livro com esta magnitude, sobretudo quando a minha opinião não vai exatamente de encontro àquilo que é a opinião geral. Eu reconheço, sim, que este é um livro de extrema importância, porque nos permite imaginar o que seria o dia-a-dia de 8 pessoas que tiveram de viver escondidas durante 2 anos para tentarem escapar à prisão (e à morte), enquanto o Mundo vivia uma guerra cruel. Contudo, acho que o devia ter lido quando era mais nova, porque nessa altura teria feito mais sentido para mim e teria sido mais fácil compreender e identificar-me com Anne Frank, enquanto adolescente. Na verdade, ela não é mais do que uma miúda de 13 anos, a atravessar a fase da puberdade; uma miúda que estava habituada a ter tudo e, de repente, se viu com muito pouco, fechada num espaço pequeno com adultos e a sentir-se constantemente incompreendida. Eu acho mesmo que há momentos da história em que a Anne se mostra como uma rapariga extremamente mimada e até irritante - o que faz parte da adolescência e do crescimento e, certamente, foi amplificado pelas circunstâncias em que vivia.
É realmente difícil e duro imaginar o que aquelas pessoas viveram, todas as dificuldades por que passaram para tentar fugir aos campos de concentração para, no fim, terem sido descobertos e presos. Otto Frank, o pai de Anne, foi o único que sobreviveu e foi quem nos permitiu ter acesso ao diário de Anne, para podermos saber um pouco mais sobre o sofrimento dos judeus. Este livro, mais do que qualquer outra coisa, ensina-nos uma lição de empatia e de resiliência - porque, mesmo nos dias mais escuros, Anne tentava encontrar algo que a fizesse sentir-se feliz e que lhe desse esperança num futuro em que poderia ser livre.
Já leram este clássico? O que acharam?
Apesar de conhecer, ainda não tive oportunidade de ler. Ainda assim, consta na minha wishlist.
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