"Uma Boa História" | Review
Em Uma Boa História, Emily Henry apresenta-nos Daphne e Miles - a mulher que precisa de ter tudo planeado ao minuto e o homem mais caótico e generoso que ela já conheceu. Eles mal se conheciam até ambos terem sido trocados pela respetiva namorada e namorado um do outro. E agora são colegas de casa e têm um plano para se vingar.
Daphne sempre adorou a forma como o noivo, Peter, contava a história de ambos. Como se tinham conhecido num dia perfeito, se tinham apaixonado por causa de um chapéu voador e tinham voltado para viver juntos na cidade natal dele, à beira do lago. Era tudo muito bonito, até ao dia que ele a trocou, na noite da sua despedida de solteiro, pela melhor amiga de infância, Petra. Perante tal desgosto, Daphne tem de aprender a reescrever a sua história - desta vez, sozinha, na pequena cidade de Waning Bay, no Michigan, sem amigos ou família por perto, mas com um emprego de sonho como bibliotecária infantil e sem sítio para viver. Surge então a solução: ser companheira de casa da única que pessoa que compreende aquilo por que ela está a passar - Miles Nowak, o ex-namorado de Petra.
Só que o impulsivo Miles, que adora ouvir canções de amor de partir o coração, é o oposto de Daphne, sempre tão pragmática. Não é a combinação perfeita, até que uma noite, enquanto afogam as mágoas em tequilas, traçam um plano. E se isso envolver publicar fotos enganadoras a fingir que são um casal, quem os pode culpar? Mas, claro, é tudo a fingir, porque quem se atreveria a começar de novo com alguém que tem o coração tão partido como o seu?
Admito... Demorei um bocadinho a entrar na história. O início pareceu-me um bocadinho lento e sem grande emoção. Contudo, sensivelmente a metade da história comecei a ficar tão embrenhada que li 40% de uma assentada, numa hora e meia, até acabar. Chorei com a Daphne e o Miles e ri-me com a Ashleigh e a Julia. Acho que as personagens da Emily Henry são sempre deliciosas: humanas, com uma faceta cómica e diálogos interessantes. São, no fundo, personagens com quem conseguimos criar empatia e identificarmo-nos com elas.
Mais uma vez, adorei que a personagem principal tivesse uma relação tão forte com os livros e gostei que isso não tivesse sido "só mais um pormenor" da sua personalidade, mas algo realmente fundamental sobre quem ela é e a sua vida. Gostei de ver a evolução da personalidade da Daphne, na forma como redescobre quem é agora que voltou a estar solteira e como acaba por, no meio disso, tentar fazer as pazes com o passado.
Por outro lado, Miles começa como sendo uma personagem algo misteriosa e vai-se abrindo para nós à medida que se abre para Daphne. Vamos descobrindo quem ele é por debaixo das camadas que usa, assim como a história da sua infância que moldou a forma como ele se comporta com os outros no presente. Sem dúvida, a minha personagem favorita deste livro por todas as camadas que tem.
Foi só o segundo livro que li desta autora, mas estou convencidíssima a ler mais e a descobrir que mais histórias ela tem para contar. Gosto que sejam histórias relativamente simples, mas que nos fazem criar empatia com os personagens e nos prendem às suas aventuras e desventuras. Acho que, de forma geral, são leituras simples e leves, ótimas para o verão ou para aquelas alturas em que só queremos uma boa história para nos entreter e não nos fazer pensar em mais nada.
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