Saí de casa dos pais pela 1ª vez - como foi?

fevereiro 14, 2022

Bem, se me seguem há já algum tempo, sabem que sou natural de Coimbra e que, quando ingressei no ensino superior, decidi permanecer na minha cidade - não só porque Coimbra é a cidade dos estudantes e desde que me lembro de ser gente sempre sonhei em envergar o traje negro, mas também porque ir para fora nunca tinha sido propriamente algo em que tivesse pensado. É claro que, em conversas com amigas que estavam a estudar longe de casa, percebia que era uma experiência que também gostava de ter tido, porque implica uma maior independência e liberdade (embora não me possa queixar, de todo, de falta de liberdade).


De certa forma, a oportunidade de sair de casa dos pais durante algum tempo acabou por chegar, no 1º semestre do 4º ano da licenciatura, quando decidi realizar o meu estágio na área da cardiorrespiratória longe de casa, na Covilhã. Decidi aventurar-me, com uma amiga, numa cidade que não conhecia de todo, ficar longe de casa durante 8 semanas. Agora que esse período já chegou ao fim, achei que seria bom partilhar um pouco de como foi essa experiência, dos prós e contras de estar em casa dos pais ou estar fora - até porque podem haver pessoas desse lado, prestes a entrar no ensino superior, que se encontram a tentar decidir se querem estudar na cidade ou vivem ou fora. 



Bem, quero começar por afirmar que confirmei a minha teoria de que viver sem os pais implica uma independência e liberdade muito maiores. Como mencionei acima, sempre tive muita liberdade e os meus pais nunca me proibiram de fazer nada (até porque nunca lhes dei motivos para tal), mas quando saímos de casa (seja por 8 semanas ou 4 anos) nós ficamos por nossa conta, de certa forma. Somos nós quem ficamos encarregues de gerir os nossos horários, as nossas refeições, o nosso espaço... Não há ninguém, além de nós, a certificar-se de que tudo corre bem. Somos apenas nós a tomar conta de nós mesmos. E eu acho que isso é uma experiência de crescimento muito boa. Para mim, na fase da vida em que me encontro, prestes a terminar a licenciatura, foi um lembrete de que estou prestes a entrar na minha vida adulta!


É claro que, às vezes, é mesmo chato chegarmos a casa e ainda termos de ir às compras ou termos de nos preocupar em pensar se precisamos de cozinhar. Ou é mesmo chato termos de fazer tarefas domésticas como despejar o lixo ou limpar a cozinha ou qualquer outra coisa que não fazemos com tanta frequência, porque há outras pessoas a preocuparem-se com isso, mas também isso nos permite crescer. Acima de tudo, acabamos por perceber que, mesmo não gostando de fazer determinadas coisas, elas têm de ser feitas ou então vamos acabar a viver no meio da imundície. 



Para mim, um dos maiores prós de viver fora de casa dos pais é a liberdade de horários - dependo apenas de mim, por isso ajusto-me da forma que me der mais jeito. Eu criava a minha própria rotina de acordo com o que tinha para fazer e podia fazer tudo ao meu próprio ritmo - algo que eu gosto muito. Por outro lado, e falando inteiramente da minha experiência, um dos maiores contras é aquele momento, ao domingo, em que temos de sair do quente e do conforto de casa dos pais. Depois de estarmos sozinhos, por nossa conta, nós lá nos habituamos, mas aquele momento, depois de regressarmos a casa no fim de semana, em que temos de voltar a sair custa sempre, nunca dá vontade de ir. E é claro que, não estando por perto, às vezes, lá vêm as saudades, sobretudo quando não vamos a casa durante um fim de semana, mas acho que tudo isso é normal e acaba por nos relembrar ainda mais da importância que a família tem para nós. 


Foi, sem sombra de dúvidas, uma experiência muito boa e muito importante. Como já disse, foi o lembrete de que já não sou uma miúda, de que estou a entrar na vida adulta e de que, em breve, vou estar licenciada, a trabalhar e a ser independente (pelo menos, financeiramente). É uma experiência de crescimento muito boa e acho que, seja durante toda a licenciatura ou durante um período de Erasmus ou um estágio, todos devíamos passar por ela, antes de entrarmos na nossa vida adulta.


Contem-me: durante a vossa licenciatura, ficaram em casa dos pais ou saíram? Se saíram, como foi a experiência?

4 comentários:

  1. Sai de casa dos meus pais aos 25 anos para morar na minha própria casa. Apesar de já ser adulta e estar a 10minutos de casa deles, foi um pouco doloroso ao início tanto para mim, como para eles. A parte chata é mesmo de sermos nós a fazer tudo em casa :P 4 anos se passaram e tem sido sempre uma aprendizagem constante.

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    1. Imagino que sim. Por agora, foi apenas temporario, mas esse momento tambem ha de chegar para mim.
      Obrigada e beijinhos!

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  2. Eu também sou de Coimbra e sempre fiquei por aqui, só saí de casa dos pais aos 25 anos para ir viver com o meu namorado :) Não senti uma grande diferença, também qualquer coisa tenho aqui a família ao lado. O que mais sinto falta de morar com os meus pais é sem dúvida o dinheiro que poupamos :p De resto, adoro ter o meu canto

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    1. Ah sem duvida que viver com os pais ajuda a poupar e muito, mas tambem começo a entrar na fase em que me custa estar tao dependente deles a esse nivel...!
      Obrigada pelo teu testemunho, beijinhos!

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